Em alusão ao Dia Mundial do Refugiado, celebrado nesta quarta-feira (20), a Subsecretaria da Igualdade Racial (SIR), vinculada à Secretaria de Assuntos Difusos, realizará curso profissionalizante de panificação para mulheres migrantes haitianas, na entidade Casa Amor ao Próximo, no bairro Inocoop. O curso, que acontece nesta quarta-feira, das 9hs às 17h, surge em resposta a uma das necessidades dessa população, a inserção e recolocação no mercado de trabalho, e tem como objetivo reafirmar o compromisso da cidade com a garantia de direitos desta população.
O dia 20 de Junho marca sua importância por ter sido estabelecido como Dia Mundial do Refugiado, após resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A data sugere uma reflexão sobre os novos fluxos de deslocamento forçado e os motivos que levam milhões de pessoas a deixarem suas cidades e países buscando segurança, em razão de perseguições políticas, étnicas, sócio culturais, religiosas, dentre outras. Busca-se, dessa forma, assegurar o reconhecimento dos direitos humanos e combater toda e qualquer forma de discriminação e xenofobia.
Maior crise
O Relatório de Tendências Globais de 2017, divulgado nesta terça-feira (19), pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, aponta que a maior crise humanitária da história está em curso. De acordo com o documento, estima-se que 16,2 milhões de pessoas se tornaram deslocadas de forma forçada somente em 2017. Em média, são cerca de 44.400 pessoas obrigadas a sair de suas casas a cada dia: isso representa uma pessoa a cada dois segundos. No mundo, mais de dois terços de todos os refugiados são originários de cinco países: Síria (6,3 milhões), Afeganistão (2,6 milhões), Sudão do Sul (2,4 milhões), Myanmar (1,2 milhão) e Somália (986.400). No Brasil, Venezuelanos compuseram a quarta maior nacionalidade de todos os novos pedidos de refúgio em 2017, após Afeganistão, Síria e Iraque, sendo que os países menos desenvolvidos recebem um crescente número de refugiados, já registrando 1/3 do total global.
De acordo com o subsecretário Anderson Guimarães (SIR), a cidade de Guarulhos mostra-se ciente de sua responsabilidade por sediar o maior Aeroporto Internacional da América Latina, considerada a principal porta de entrada e saída do país, e por possuir o primeiro serviço federado de atenção a migrantes e vítimas do tráfico de pessoas: o Posto Avançado de Atendimento Humanizado aos Migrantes.
Essa unidade está sob gestão da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, que atendeu 220 solicitantes de refúgio somente no primeiro quadrimestre deste ano. “Por isso, a cidade reafirma seu compromisso no acolhimento humanitário e não discriminatório à população migrante, em busca da efetivação dos direitos humanos”, afirma Guimarães.