Sem argumentos convincentes contra a ampliação do aterro do CDR Pedreira em uma área na região do Cabuçu, vereadores do PT trabalham para evitar que a audiência pública, convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), marcada para esta segunda-feira, às 17h, no plenário da Câmara Municipal, ocorra. A não realização da audiência pública, um instrumento para que a população tenha acesso a informações relevantes, seria um atentado contra a democracia e participação popular, entendem especialistas.
Apesar de estarem todos os dias na Casa de Leis e participarem das sessões ordinárias e extraordinárias, além de realizarem, apenas no mês de junho, 25 audiências públicas no recinto, agora eles alegam que o local não teria a segurança necessária para a realização do evento, citando a possível falta de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
Em uma destas audiências públicas oficiais convocadas pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente, vereador Wesley Casaforte (PSB), no último dia 11, sobre o mesmo tema, os petistas, encabeçados por José Luiz, não alegaram falta de segurança. Eles foram ao encontro, levaram grupos organizados e orquestrados contra o aterro para protestar. Na ocasião, o próprio parlamentar admitiu em uma de suas falas que “não permitiria a realização da audiência do dia 25 para impedir que o processo de licenciamento do aterro continue”.
Vale lembrar que já ocorreram duas audiências públicas para discutir o tema. No entanto, na reunião convocada pelo Consema, prevista para ocorrer no Centro de Convenções Santa Mônica, o próprio vereador José Luiz invadiu o palco e tomou o microfone das mãos do secretário do Conselho Estadual do Meio Ambiente, para impedir que a audiência prosseguisse.
E ainda, na audiência do dia 11, ocorrida na própria Câmara Municipal, os vereadores do PT deram uma demonstração de que não queriam ouvir os argumentos do empreendedor, já que não permitiram que os técnicos responsáveis respondessem as questões formuladas pelos participantes. Eles utilizaram a fala de um engenheiro do CDR como subterfúgio para pedir o encerramento dos trabalhos, depois de interferir no andamento da audiência em diferentes momentos.
Nesta quinta-feira, José Luiz solicitou à Diretoria de Assuntos Administrativos da Câmara uma cópia do AVCB. Em entrevista ao GuarulhosWeb, José Luiz disse que somente a Cúria Diocesana, em Guarulhos, teria condições de receber esse tipo de audiência em toda a cidade de Guarulhos.
Diante da falta de argumentos para contrapor a ampliação do aterro, os petistas deixam claro que vão buscam uma chicana jurídica, em nome dos militantes do partido, para tentar até o último momento impedir a audiência, cujo objetivo é abordar as questões pró e contra o empreendimento. Em diversas tentativas de ouvir os vereadores do PT, em momento algum eles revelam quais os verdadeiros interesses que eles defendem ao atacar a chegada do aterro, repetindo apenas que não podem permitir a instalação do um “lixão” em Guarulhos, desvirtuado o objetivo do licenciamento ambiental.