A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reconheceu que a inflação na zona do euro está "bem distante" da meta de próximo, mas abaixo de 2%. No entanto, ela garantiu que a autoridade monetária não está "complacente" com essa situação. "Estamos sempre prontos para entregar nosso mandato", assegurou, durante sessão no Parlamento Europeu nesta segunda-feira.
Lagarde avaliou que as medidas de crédito implementadas pela instituição foram bem-sucedidas no objetivo de relaxar as condições financeiras e estabilizar os mercados. Segundo ela, o Programa de Compras de Emergência de Pandemia (PEPP) não teve efeitos negativos significativos. "O PEPP é extremamente eficiente e útil", disse.
A dirigente afirmou ainda que não está preocupada com divergências de opiniões entre membros do BCE. Para ela, é importante que haja discordâncias para que possa haver um consenso.
<b>Câmbio</b>
Christine Lagarde reiterou o argumento de que não é papel da instituição estabelecer uma meta para a taxa de câmbio. Ainda assim, ela ressaltou que os movimentos no euro têm impactos na inflação. "A pandemia provocou oscilações nos mercados globais, inclusive no câmbio", explicou.
Lagarde revelou ainda que o BCE pretende concluir a revisão estratégica da política monetária em setembro de 2021. Segundo ela, juros baixos por muito tempo têm impacto significativo na economia, mas, até agora, a experiência com taxas negativas tem sido positiva.