Importante para o desenvolvimento de crianças desde o nascimento até os dois anos (e exclusivo até os seis meses de vida), o leite materno nem sempre pode ser dado pelas mães, já que muitas não conseguem amamentar por não produzirem leite suficiente ou por outros problemas. Em Guarulhos, o Banco de Leite incentiva o aleitamento materno e recebe leite de mães que produzem quantidade excedente para ser doado.
Por aqui, há até quem tinha dificuldade em amamentar e virou doadora. É o caso de Karina Santana Zulius, de 30 anos. Moradora da Zona Norte de São Paulo, ela tem dois filhos, um com cinco meses. “Tive muitos problemas para amamentar, fiquei com o seio machucado e resolvi procurar mais informações. Até que um grupo de mães me indicou o Banco de Leite de Guarulhos”, explicou.
Na unidade, a mãe de primeira viagem recebeu orientação da “pega” – método correto de amamentação – e passou por diversos exames, além da avalição do bebê para que se tornasse uma doadora. Nos últimos quatro meses, Karina doou 326 frascos de leite. “Quem puder, seja uma doadora. É muito importante”, orientou.
O Banco de Leite de Guarulhos fica na Rua Octavio Forghieri, 70, no Jardim Gumercindo. De janeiro a dezembro de 2017 foram 658 bebês atendidos e 485,2 litros de leite distribuídos. No posto, há uma equipe de orientação e acompanhamento. Em alguns casos, as mães com dificuldades para amamentar ou que tenham mastite, dores e rachaduras no peito, recebem atendimento especializado.
Há cinco anos, o Banco de Leite Humano de Guarulhos era o único da região do Alto Tietê, mas até hoje é referência para os municípios vizinhos como Arujá, Santa Isabel, Itaquaquecetuba, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos e também Mogi das Cruzes, que inaugurou seu Banco de Leite em junho de 2013.
Campanha
Este ano a 18ª Semana da Amamentação de Guarulhos, com o tema “Aleitamento Materno: a base da vida”, terá início nesta quinta-feira, dia 2/08, quando começa a programação do Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno e à saúde da criança.
Segundo o Ministério da Saúde, entre as principais dificuldades para a amamentação exclusiva, atualmente, estão o posicionamento incorreto, insegurança quanto à quantidade de leite produzido, introdução de chupetas e mamadeiras, falta de apoio da família e retorno ao trabalho. Dados da Organização Mundial da Saúde e UNICEF, cerca de seis milhões de crianças são salvas a cada ano com o aumento de taxas da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.
Como doar
As mães que amamentam e têm interesse em doar o volume excedente devem entrar em contato com o Banco de Leite Humano pelo telefone 2408-4991 para receber todas as orientações necessárias. Nesses casos, o Banco de Leite faz um cadastro, fornece os materiais necessários e semanalmente vai até a residência da doadora para retirar o volume excedente coletado. Além disso, todas as mães doadoras são avaliadas em consulta médica no BLH.
Depois de coletado, o produto é pasteurizado e passa por um controle rigoroso de qualidade para depois ser distribuído nas UTIs neonatais de hospitais que têm trabalho vinculado ao Banco de Leite. Esse leite auxilia na recuperação dos bebês prematuros ou com graves problemas de saúde, cujas mães possuem doenças que impedem a amamentação.