Apesar do Ministério da Saúde informar em seu portal de notícias, em 27 de julho passado, que a distribuição da vacina meningocócica C será normalizada a partir deste mês em todo o país, as cidades ainda enfrentam situação de desabastecimento, como é o caso de Guarulhos.
No último dia 17, o Governo do Estado repassou ao município 2.300 doses, o que equivale a menos da metade da quantia necessária para o atendimento da população menor de um ano.
Todo esse lote foi distribuído nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas todas já estão com estoque zerado novamente. Diante disso, a Prefeitura de Guarulhos oficiou a Secretaria de Saúde do Estado, responsável por receber a vacina do Ministério da Saúde e repassar aos municípios. Porém, até o momento não há informações de quando chegará nova remessa para a cidade.
A vacina que está em falta em todo o país protege apenas contra um tipo da doença. No entanto, a meningite – processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal – é causada por vários agentes como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes do ponto de vista da saúde pública, por conta de sua magnitude e capacidade de ocasionar surtos.
No caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos é outro fator importante a ser considerado. Ela pode ser causada por vários agentes, dentre eles o Meningococo (que leva à Doença Meningocócica). Este tipo de meningite ainda possui diversos sorogrupos, sendo os mais freqüentes os do sorogrupos A, B, W, Y, bem como o C, para o qual existe vacina pelo SUS, a mesma que está com problemas de distribuição pelo Ministério da Saúde.
Doença endêmica
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Isso significa que ocorrências da doença são esperadas ao longo do ano, com o registro de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum o surgimento de ocorrências do tipo bacteriana no inverno e das virais no verão.
Em Guarulhos foram confirmados seis casos este ano, com três óbitos, além do garoto de 12 anos, morador do Jardim Presidente Dutra, que morreu na quarta-feira passada com suspeita de meningite.
O caso está sob investigação, uma vez que a causa da morte somente poderá ser confirmada após a conclusão dos exames, que foram coletados pelo Serviço de Verificação de Óbitos e encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz, na Capital. Assim que foi notificada do óbito, a Secretaria de Saúde desencadeou uma série de medidas preventivas, de acordo com os protocolos recomendados pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, para os casos suspeitos de doença meningocócica ou meningococemia.
Na quinta-feira passada, uma equipe da UBS Presidente Dutra, juntamente com a Vigilância Epidemiológica da Região de Saúde, realizou a primeira visita na escola, para solicitar a autorização dos pais e responsáveis para administrar a medicação. Na sexta-feira (24), os alunos da sala onde garoto estudava foram medicados com a primeira dose do antibiótico, bem como levaram as doses subsequentes. Ainda, nesta segunda-feira (27), técnicos da Secretaria de Saúde estiveram no local para dar orientação e esclarecer dúvidas da comunidade.