Os passageiros que precisaram embarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos entre os dias 13 e 17/12 passaram por apuros, com atrasos e cancelamentos de voos, principalmente no sábado (15) e domingo (16). O caos no maior aeroporto da América Latina foi atribuído, na ocasião, às más condições meteorológicas na região na quarta-feira, 12, causando um “efeito cascata” no tráfego aéreo.
Especialistas em aviação, porém, acharam estranho que um temporal, que caiu sobre a região do Aeroporto durante algumas horas, pudesse gerar tantos desdobramentos. Afinal, o equipamento conta com duas pistas, que operam por instrumentos inclusive em situações adversas. E acaba de inaugurar a operação simultânea de pousos e decolagens em boas condições climáticas, anunciada um dia antes da chuva.
O GuarulhosWeb apurou que não foi apenas a chuva a causadora do caos de 5 dias no local. Trabalhadores de companhias aéreas estariam com excesso de horas trabalhadas e teriam sido impedidos de embarcar por equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A versão foi confirmada ao portal pelo diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Paulo Alexandre. “As empresas até tentaram colocar aeronaves maiores para atender os passageiros, porém, sem tripulação, os voos não poderiam partir, o que agravou a situação”, explicou, deixando claro que, além do mau tempo, a falta de tripulação contribuiu para o caos no Aeroporto de Cumbica.
Paulo Alexandre, que também é membro do Conselho de Administração da GRU Airport, lembrou ainda que as empresas terceirizaram serviços que ocorrem em terra há três meses e operam com funcionários de pouca experiência.
O Sindicato dos Aeronautas não admitiu o problema trabalhista com a tripulação das companhias. O GuarulhosWeb entrou em contato e aguarda as respostas das empresas, do MPT e da concessionária GRU Airport. Assim que as partes responderem a matéria será atualizada.
A Latam Airlines Brasil informou que não recebeu nenhuma notificação do Ministério do Trabalho e que segue as leis trabalhistas do país.