Estudante do 4º semestre de medicina da Uninove – Campus Guarulhos, o goiano Evando Nunes Júnior, 23, natural da cidade de Rialma, conseguiu algo aparentemente difícil até para grandes empresas do setor: desenvolver um simulador, com baixo custo, capaz de ensinar a massagem cardíaca correta a leigos.
Segundo a coordenadora da Uninove – Campus Guarulhos, professora Flávia Barros de Azevedo, um simulador, com funções similares, custa cerca de R$ 200 mil no mercado. O estudante revelou que para desenvolver o seu protótipo gastou cerca de R$ 1.300.
O projeto de Evando ganha ainda mais importância quando, de acordo com informações do governo federal em texto de 2017, 300 mil brasileiros morrem por doenças cardiovasculares anualmente.
A ideia
Há dois anos na cidade, Evando contou ao GuarulhosWeb como surgiu a ideia de desenvolver o equipamento, batizado com o nome "Iosephus".
"Quando eu tinha 20 anos não consegui salvar a vida de uma criança que se engasgou. Ela morreu nos meus braços. Depois entrei na universidade e aprendi mais sobre reanimação cardiopulmonar. Já no dia 15 de abril de 2018, estava numa missa realizada na Igreja Matriz de Guarulhos. Um senhor teve uma parada cardiorrespiratória, mas, desta vez, prestei o socorro da maneira correta e ele sobreviveu. Está saudável até hoje. O nome dele é José. Iosephus é o nome dele em latim. Batizar o simulador com este nome foi uma forma de homenageá-lo", contou o estudante.
Funções
Quem vê o simulador pela primeira vez e não conhece as suas funções acredita se tratar de um simples manequim. "Na verdade, o equipamento mostra a profundidade e o ritmo corretos da massagem cardíaca. Se a pessoa estiver fazendo os movimentos certos no boneco, uma luz vermelha acenderá no pescoço dele. Caso contrário, ficará apagada. Além disto, há um alto-falante que reproduz áudios capazes de indicar se o processo está sendo feito adequadamente. Ele literalmente fala com você. É capaz até de te chamar pelo nome", explicou a professora Flávia.
De acordo com a coordenadora, o projeto de Evando é excelente para toda a população. "Qualquer um pode fazer uma mensagem cardíaca, sendo bem treinado. Inclusive, grandes empresas treinam todos os seus funcionários para estas situações. Não tem aquela coisa de 'não sou médico, não posso fazer'. E o simulador ajuda neste sentido. Não é bom apenas para médicos ou estudantes de medicina. Numa UBS, por exemplo, uma pessoa pode carregar o seu celular no manequim e treinar o procedimento enquanto espera o atendimento. É fantástico", avaliou.
Atualmente, o único simulador se encontra no campus da Uninove, em Guarulhos. Não há previsão de produção e comercialização do equipamento. "Há três iniciações científicas e um projeto social em relação ao protótipo. A ideia é que ele possa ser mais aplicado no ambiente acadêmico, em um primeiro momento", concluiu Evando.