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GREVE DE ÔNIBUS: guarulhenses estão desistindo de se locomover pela cidade

Alguns guarulhenses estão desistindo de se locomover pela cidade por causa da greve de ônibus, na manhã desta sexta-feira, 10/05. Como é o caso da senhora Elisângela Torres, de 67 anos, que chegou a um ponto na Praça Oito, no Taboão, às 5h30, e, até as 6h30, não havia conseguido embarcar. "Eu precisava visitar uma pessoa na Vila Galvão, mas estou pensando em voltar para casa", disse. 
 
Situação semelhante foi vivida por Sebastião Almeida, homônimo do ex-prefeito. Ele também estava a caminho da região da Vila Galvão, porém, depois de 40 minutos no ponto, afirmou que queria desistir. 
 
Outro usuário, entrevistado pela TV Globo, declarou que foi a pé até o Terminal Pimentas e não encontrou transporte no local. "Gastei 40 minutos para chegar e agora serão mais 40 para voltar", lamentou. 
 
A reportagem do GuarulhosWeb passou pelo Taboão e averigou que não há ônibus circulando, apesar da determinação da Justiça que obriga às empresas colocarem 70% da frota nas ruas no horário de pico. Passageiros guarulhenses só contam com microônibus, que passam lotados.
 
Entenda o caso
Motoristas e cobradores de Guarulhos entrarão em greve à zero hora desta sexta-feira, 10/05, conforme decisão do sindicato da categoria, o Sincorverg, na última segunda-feira, 06/05, em Assembleia Geral Extraordinária. A paralisação é por tempo indeterminado.
 
Na tarde desta quinta-feira, 09/05, o Guaruset, entidade que congrega as empresas de ônibus que atendem as linhas concessionárias de Guarulhos, pediu uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, mas o Sincoverg não compareceu. Mesmo assim, o TRT determinou que as empresas coloquem 50% da frota em circulação durante a greve, sendo que a porcentagem aumente para 70% nos horários de pico. 
 
Início
O Sincoverg convocou uma Assembleia Geral Extraordinária com motoristas e cobradores, na última segunda-feira, 06/05. O ato atrapalhou a volta dos guarulhenses para casa, já que a circulação de ônibus foi afetada por falta de profissionais. Na reunião, a entidade decretou estado de greve e anunciou a paralisação a partir desta sexta-feira, 10/05. 
 
Segundo o Sincoverg, a ação foi motivada por uma proposta "indecente" de reajuste salarial. "Ela sequer cobre a inflação acumulada de março e, ainda, querem aplicar maldades como a Criação do Banco de Horas e acabar com a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Os empresários deram às costas a todas trabalhadoras e trabalhadores e, por tabela, aos cidadãos que utilizam os coletivos. Mais uma vez querem colocar a culpa na trabalhadora e no trabalhador, como se nós fossemos os responsáveis pela falta de gerenciamento das empresas", disse a entidade após a assembleia. 
 
No mesmo dia, o Guaruset afirmou que tomaria "as medidas cabíveis" para que não houvesse mais interrupções no serviço de transporte da cidade. "Lamentamos a decisão de hoje do sindicato, que afetou os serviços e o bem-estar dos usuários e da população da região. Reforçamos ainda nosso compromisso com a qualidade dos serviços prestados”.
 
Plano Emergencial
A Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana (STMU) preparou um plano emergencial para atenuar os efeitos da paralisação dos motoristas e cobradores, iniciada à zero hora desta sexta-feira, 10/05. A pasta já informou oficialmente às empresas que durante o período de greve elas têm de colocar nas ruas pelo menos 40% da frota para prestar o serviço à população.
 
Outra ação definida pela Prefeitura é a deflagração do Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), no qual veículos de permissionários (microônibus), que prestam serviço dos bairros até os terminais de ônibus, irão estender o percurso para as principais avenidas e à região central da cidade, que normalmente são atendidas pelas concessionárias. Todas as medidas legais foram adotadas pela STMU no sentido de minimizar os transtornos à população.
 

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