O plano de retomada pegou alguns colégios da capital paulista de surpresa, pois já esperavam um retorno para agosto com 20% dos alunos. A possibilidade de estender o prazo para setembro e ampliar o contingente para 35% fez as instituições repensarem o planejamento: a maioria pretende voltar com todas as séries, mas dando prioridade ao ensino infantil e ao 3º ano do ensino médio.
O diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Mauro Aguiar, disse que a entidade fará uma reunião hoje para discutir as medidas. Os diretores de alguns colégios, porém, já têm em mente como farão essa retomada.
Aguiar, que também dirige o Colégio Bandeirantes, disse que no plano anterior da escola, com retorno previsto para agosto, a prioridade eram os alunos do 3º ano do ensino médio – e continua sendo. "Eles iriam todos os dias para a escola, porque vão fazer vestibular no fim do ano e você tem de checar como está o aproveitamento deles, precisamos avaliar bem qual a situação deles. Agora vamos ter de replanejar tudo, melhorar um pouco", afirma. Para garantir as medidas de segurança em saúde, o Bandeirantes terá consultoria do Hospital sírio-libanês.
No Morumbi, o Colégio Miguel de Cervantes está estudando a retomada das aulas presenciais há um tempo, segundo a diretora-geral Lourdes Ballesteros. "Felizmente, nós temos um colégio com muito espaço e agora ampliamos, então para nós será mais fácil", disse. A escola também vai voltar com todas as séries e com prioridade para o ensino infantil, principalmente para amenizar a preocupação de pais que terão de retornar ao trabalho, e 3º ano do ensino médio. A instituição também contratou uma consultoria do Hospital Israelita Albert.
Já no Colégio Santa Maria, a diretora Diane Clay Cundiff diz que a escola tem condições de já voltar com 100% dos estudantes e evita falar sobre quais farão parte da primeira fase da retomada proposta pelo governo. "Vamos precisar é chegar em setembro e olhar a realidade." Apesar disso, ela cita que a prioridade seriam as crianças do primário, por causa dos pais que vão voltar ao trabalho. A Escola da Vila ainda avalia o cenário.
Carlos Borlass, diretor-geral do Colégio Marista Arquidiocesano, afirma que tudo já começou a ser preparado. "Vamos fornecer para todos os alunos máscaras, álcool em gel e saquinhos para permitir que o aluno possa fazer substituição da máscara. Temos proteção para todos os funcionários e delimitamos espaço nas salas."
<b>Sindicatos</b>
Em nota, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) afirma que "vai aguardar a publicação do decreto que definirá as regras gerais", apesar de ver positivamente a busca por uma solução.
Já o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo emitiu nota de repúdio contra a retomada de aulas só em 8 de setembro. "A escola particular não pode ser culpabilizada e nem ser refém do demorado tempo das redes públicas estaduais e municipais, que ainda não estão preparadas para promover a volta dos seus alunos à sala de aula."
Já para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a volta foi "prematura". "Estou muito preocupada. É difícil adaptar prédios escolares." (Colaborou Guilherme Amaro)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>