Cerca de 50 profissionais, entre médicos e enfermeiros, das redes municipal e estadual de Saúde, e também da iniciativa privada, participaram nesta quarta-feira, 22/05, da capacitação “Leptospirose: Diagnóstico e Manejo Clínico”, ministrada pelo Ministério da Saúde. O evento realizado na Faculdade Anhanguera, durou o dia todo e teve por objetivo ampliar a sensibilidade dos participantes na suspeição de casos para realizar o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, a fim de reduzir a letalidade da doença.
Doença infecciosa febril de início súbito, que em aproximadamente 15% dos casos evolui para manifestações clínicas graves, a leptospirose é transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, principalmente o rato, sendo que a contaminação se dá pela mucosa (boca, nariz, olho) ou através de ferimentos na pele. Como os sintomas podem muitas vezes se confundirem com os de uma síndrome gripal, bem como com a dengue, febre amarela, e outras arbovíroses, o Ministério da Saúde criou um roteiro para a capacitação de médicos de todo o País sobre o tema, a fim de aprimorar a assistência aos casos.
Para tanto, a metodologia utilizada é a de estudos de casos clínicos, pela qual os participantes são estimulados a refletir e a desenvolver um raciocínio clínico epidemiológico, para determinar as condutas mais adequadas diante das situações de suspeita de leptospirose propostas, simulando a realidade. “Achei ótimo, muito interessante e produtivo, porque discute o que realmente acontece no nosso dia a dia, nos alertando para prestar mais atenção aos sinais da doença”, elogiou a médica do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde, Sílvia Maria Rocha Gonçalves Fuentes.
Na opinião dela, outro aspecto relevante da capacitação foi o debate dos casos clínicos entre os profissionais, o que propiciou a vivência de visões diferentes sobre as situações-problema propostas, além do fluxograma disponibilizado pelo Ministério da Saúde, para o atendimento dos casos suspeitos de leptospirose.
A iniciativa de trazer os especialistas do Ministério para tratar do assunto na cidade partiu do Departamento de Vigilância em Saúde, por meio de uma parceria com o Departamento de Assistência Integral à Saúde e o Departamento de Coordenação de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde. A capacitação foi conduzida por Dalcy de Oliveira Albuquerque Filho e Simone Valéria Costa Pereira. Em Guarulhos foram diagnosticados 17 casos de leptospirose em 2018, com sete óbitos. Neste ano, até o momento, foram registrados nove casos e três mortes.