Imagine ir do Aeroporto de Guarulhos até a avenida Paulista, em São Paulo, em apenas sete minutos. Enquanto os governos federal e estadual anunciam a ligação por monotrilho dos terminais do Aeroporto até a estação da CPTM, que liga o Aeroporto a São Paulo, um projeto – em nível mundial – prevê o desenvolvimento de aeronaves movidas a energia e sem pilotos, os chamados veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês) ou drones de passageiros.
Como a cidade de São Paulo foi uma das candidatas a testar o táxi voador do Uber/Embraer, a consultoria projeta aproximadamente 1.050 drones de passageiros em 2035 para a capital paulista. Pelos cálculos de Renate Fuchs, sócia da Porsche Consulting, um voo do aeroporto de Guarulhos até a avenida Paulista hoje levaria hoje 7 minutos, a um preço de R$ 300. De táxi comum seriam de 35 a 60 minutos, a R$ 130.
As informações publicadas no jornal O Estado de S.Paulo mostram que, enquanto montadoras se preparam para a era dos carros autônomos, a indústria da aviação prepara voos mais altos.
Os primeiros projetos são meio drones e meio helicópteros futurísticos, alguns com design viável e outros meros exercícios de imaginação. São voltados principalmente para o transporte de poucas pessoas em curta distância.
Há mais de dez projetos em estudo por empresas como Airbus, Boing, Audi, Uber, Rolls Royce, startups variadas e Embraer. A única brasileira do grupo desenvolve protótipo em parceria com o Uber, chamado de Uber Elevate.
A plataforma de transporte de passageiros via aplicativo quer levar o mesmo modelo usado nos automóveis para as aeronaves. Promete iniciar testes com seu táxi voador já no próximo ano e colocá-lo no mercado em 2023. A maioria dos analistas, contudo, preveem o uso comercial desse tipo de voo a partir 2025.
Detalhes sobre o estágio do projeto, que tem também a Nasa como parceira, serão divulgados no dia 11 de junho, em um evento nos Estados Unidos. Hoje, ainda é um conceito no computador dos experts da Embraer em São José dos Campos (SP).
A ideia é que esses veículos voadores sejam movidos a energia (para não poluir e não fazer barulho), decolem e pousem de forma vertical (em pontos a serem espalhados pelas cidades, como os helipontos) e sejam autônomos (não precisa de piloto) e tenham preço acessível.
Aerovias
Além de trabalhar no projeto com o Uber, a Embraer está indo além em outras áreas da cadeia dos veículos verticais. Nesta semana, fez parceria com a Weg, fabricante de motores elétricos, para o desenvolvimento de propulsores movidos a eletricidade para aeronaves. A eletrificação é um dos passos para a autonomia.
A Embraer também anunciou que iniciará estudos sobre como será o gerenciamento do tráfego aéreo urbano futuro, onde vão coexistir aviões, carros voadores, helicópteros e drones de inspeção e de entregas. A ideia é criar “aerovias” ou “avenidas” dedicadas aos veículos voadores autônomos.
São Paulo
A Porsche Consulting tem um amplo trabalho que projeta o tamanho do mercado mundial de drones para passageiros nos próximos 16 anos. A consultoria prevê que em 2025 haverá 500 aeronaves eVTOL de passageiros. Em 2030, esse número deve aumentar para 2 mil e atingir 15 mil em 2035.
Segundo a Porsche, desses veículos voadores 45% estarão na região da Ásia-Pacífico, 30% nas Américas e 25% na Europa e resto do mundo.