Cidades

Sindicatos alegam sucesso em greve e enaltecem "posicionamento" contra reforma

Representantes de sindicatos de Guarulhos participaram de uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, 14/06, para falar sobre a "greve geral" contra a Reforma da Previdência, convocada pelas centrais sindicais de todo o País. O vereador Maurício Briquinho (PT), presidente do Sindicato dos Condutores e Cobradores (Sincoverg), e Josinaldo de Barros, o Cabeça, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, formaram uma mesa de debates comandada pelo jornalista João Franzin e comentaram com otimismo o resultado do movimento na cidade. No entanto, também deram a entender que não sabem quais serão os efeitos práticos da paralisação em relação à votação da reforma em Brasília.
 
"Quando a gente comenta que cidade A ou B parou, que sindicato A ou B mobilizou 100% da categoria, como aqui em Guarulhos em que nenhum coletivo rodou, estamos mostrando que há uma insatisfação e uma unidade entre os trabalhadores. Quer dizer que os trabalhadores acreditam em seus sindicatos. Pode não mudar nada em Brasíla, mas precisamos mostrar força", disse Cabeça, que também afirmou que alguns trabalhadores não conhecem profundamente os possíveis danos da reforma.
 
"Às 4h, paramos a primeira fábrica. Precisamos conscientizar os trabalhadores. Porque a maioria não conhece profundamente a Reforma da Previdência. Vários trabalhadores com Ensino Superior não sabem de nada. Não sabem que vai acabar a insalubridade. Acham que todos, inclusive políticos, vão receber a mesma aposentadoria", avaliou. 
 
Para Brinquinho, a classe trabalhadora se preocupa em manter o emprego antes mesmo de refletir sobre a previdência. "Há quatro milhões de pessoas desalentadas. O País está à beira da falência", pontuou o vereador, que vê semelhanças no movimento desta sexta com os protestos organizados pela Fiesp em 2016. 
 
Multa
Brinquinho confirmou que nenhum ônibus rodou em Guarulhos nesta sexta-feira. A paralisação total do transporte público desobedeceu uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que exigiu a circulação de 70% da frota no horário de pico e 50% nas demais horas, sob pena de multa de R$ 100 mil ao Sincoverg. "Esta questão da porcentagem [da frota] teria que ser discutida entre as empresas e as centrais. Não fomos nós que convocamos a greve. E não reconheço a multa, pois ainda não fui notificado", disse Brinquinho.
 
O guarulhense teve dificuldades para se locomover pelo município, pois contou apenas com os micros disponibilizados pela Prefeitura. Tais veículos só atendem a cerca de 40% da demanda dos usuários.
 

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