Um dos grandes sucessos de Elvis Presley, o hit “Suspicious Minds” completou 50 anos recentemente. Para celebrar meio século desta canção, que foi um divisor de águas na carreira do Rei do Rock, o cantor Jair Bloch reuniu um grande time para regravar esta e mais duas músicas de Elvis em um EP.
Denominado “Elvis 2020”, o álbum será lançado em breve, com releituras de “Suspicious Minds”, “It´s Now or Never”, que completa 60 anos nov próximo mês de abril, e “Love Me Tender”, lançada neste domingo, 02/02 (confira a versão no canal do cantor. Link abaixo).
O EP também tem participações de grandes músicos brasileiros, como Japinha (CPM 22), Yohan Kisser (Kisser Clan e Sioux 66), Marcão (ex-Charlie Brown Jr.) e Bento Mello (Sioux 66).
“Há algum tempo, o público nos meus shows demonstra grande fascinação quando canto Elvis Presley. Esta ideia sempre ficou martelando na minha cabeça. Cheguei à conclusão de que os 50 anos de ‘Suspcious Minds’, a minha favorita dele, merecia um tributo. Mas eu não queria ser só mais um cover de Elvis, com todo o respeito aos que realizam este trabalho. Queria fazer algo que ninguém no planeta tivesse feito ou sequer imaginado”, disse Bloch.
De acordo com o cantor, a ideia foi fazer uma releitura das canções de Elvis com uma visão particular sobre a obra do Rei do Rock.
“Eu queria conectar o seu legado com um público mais jovem, por meio de uma sonoridade mais moderna. Porém, fiel à sua identidade roqueira. Queria também fazer uma projeção de como seria o Elvis no século 21. Um Elvis em 2020. Então, não poderia haver um título mais apropriado para esse EP do que ‘Elvis 2020′”, comentou o músico.
Bloch ainda destacou que Elvis ficou conhecido mundialmente por ser transgressor, chocar com seu ritmo frenético e seu rebolado escandalizante.
“Ele era Hardcore. Era o Punk Rock do seu tempo. Fiz um Elvis meio Punk Rock meio Hardcore”, pontuou.
Com esta ideia em mente, Bloch convidou o Japinha, do CPM 22, para tocar bateria e produzir o EP.
“Na minha opinião, ele é um dos caras que mais conhecem e simbolizam estes gêneros musicais no país. Ele topou na hora. O Valter Gomes, guitarrista da minha banda, ficou encarregado dos arranjos”.
Autorização para regravar as músicas do Rei do Rock
O grande desafio para concluir o projeto foi conseguir autorização para gravar e publicar as músicas. A mais difícil de todas, segundo o cantor, foi justamente “Love Me Tender”. Das três canções que regravou, esta foi a única que Elvis atuou como co-compositor. Os direitos da música possuem porcentagens com editoras diferentes, cada qual, representando seus autores.
“A gravação original foi lançada em 1956 e eu tinha que conseguir a autorização de absolutamente todos os representantes dos compositores. No caso da porcentagem que pertencia ao Elvis, a editora que representa seus herdeiros exigiu que eu fizesse uma pré-produção, gravasse uma versão da música e a enviasse aos Estados Unidos para que pudessem avaliar o projeto”, relembrou Bloch.
Com a ajuda de Valter Gomes, o cantor assumiu o risco e investiu pesado em uma gravação, mesmo sem saber se poderia publicá-la.
“Assim que ficou pronta, enviei à família do Elvis. Depois de longa espera, as respostas das editoras foram chegando. A última resposta a chegar foi a dos representantes do Elvis. Felizmente todas as respostas foram sim!”, contou.
“It’s Now or Never” também teve um processo complicado de liberação. A música, famosa na voz de Elvis, é uma versão da canção italiana denominada “O Sole Mio”, composta por Eduardo Di Capuo, Alfredo Mazzuchi e Giovanni Capurro, no longínquo ano de 1898.
“Foi preciso pedir autorização aos herdeiros de Aaron Schroeder, autor da música em inglês, e à terceira geração dos compositores italianos. Isto custou tempo e dinheiro, mas as respostas, novamente, foram todas positivas”.
Já a música que originou o EP, “Suspicious Minds” foi liberada com mais facilidade, porém, a sua releitura teve um grau de dificuldade maior em relação às outras duas canções. A versão original é tão marcante que tornou um exercício profundo de imaginação, subversão de conceitos musicais, experimentações, ideias e tentativas para se criar algo novo em cima da obra já existente.
“Não nos acomodamos. Desistir não era uma opção. Então, quando pensamos na identidade punk rock do EP, aceleramos o andamento da bateria, ligamos a distorção mais pesada que tínhamos nas guitarras, trocamos os backing vocals melódicos por coros, no estilo grito de guerra de gangue, achamos um lugar para um rápido e virtuoso solo de guitarra e, ainda, conseguimos manter a áurea country da música, por meio do marcante dedilhado que reproduzi com violões. A versão ficou de uma maneira como jamais foi tocada no mundo”, finalizou Bloch.