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Três anos após a morte de uma mulher, córrego no Taboão continua transbordando

Desde o início do ano, moradores da rua Araújo e vias próximas estão assustados...

Desde o início do ano, moradores da rua Araújo e vias próximas estão assustados com o aumento do volume de água do córrego Taboão, que enche com as chuvas. Segundo moradores, a água passou a invadir as residências causando prejuízos e provocando doenças. Em janeiro de 2017, uma mulher morreu após ter o carro arrastado pela enxurrada. Seu marido, Odair José Chagas, foi levado pela correnteza. 

O GuarulhosWeb esteve no local, nesta terça-feira, 04/02, e conversou com os moradores que mudaram suas rotinas, após os novos episódios de enchentes. Em uma das casas ao lado do córrego, a moradora lacrou as janelas para evitar a entrada da água. 

“Meu marido está gastando muito dinheiro para recuperar o nosso carro novo, que foi encoberto pela água. Há uma semana instalamos uma comporta e não sabemos mais o que fazer. Nossa sala não tem mais nenhum móvel, perdemos tudo”, disse Barbara Nobre de Almeida. 

Nilda Ribeiro e Sonia Regina, também são moradoras e contaram para nossa equipe que colecionam protocolos de solicitação de limpeza do córrego. “A prefeitura vem fazer a limpeza, mas acreditamos ser algo superficial. Hoje (04/02) eles estão fazendo um bom serviço, mas não adianta, daqui a pouco aparece alguém jogando lixo e começa tudo de novo”, explicou Nilda. 

A prefeitura informou que a fiscalização para evitar que o lixo seja descartado “é realizada rotineiramente pela Secretaria do Meio Ambiente nos principais pontos de descarte irregular da cidade”. 

Marcelo Nascimento é morador da rua São Gabriel da Palha, sua casa está localizada a 100 metros do córrego. Ele conta, que mora no local há 30 anos e está preocupado com o volume de água. “Desde o início do ano os moradores da minha rua estão sofrendo com as enchentes, na minha casa a água subiu mais de um metro”, contou. 

A Prefeitura de Guarulhos informou que para evitar novas enchentes está realizando o desassoreamento e limpeza do córrego. E orienta os moradores a acionar a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) em casos de alagamentos e emergências (desastres naturais) pelo telefone 199.

A Compdec informou ainda que não foi acionado para atender as famílias da rua Araújo. “Neste caso, a Compdec não foi acionada. Porém, quando a ocorrência é registrada, as equipes realizam vistorias nas residências observando a necessidade de doações, tais como cestas básicas, colchões, kits de higiene e limpeza, cobertores, entre outros”.  

O GuarulhosWeb registrou ainda uma construção irregular, em cima do córrego. Questionada, a prefeitura informou que o imóvel está localizado em uma “área de preservação permanente, pois o código florestal (lei 12651/2012) compreende a área de 30 metros fora da margem do córrego para qualquer edificação”, e tem relação com o aumento das enchentes na área. A obra estaria obstruindo o percurso natural do córrego. 

 

No caso da morte de Maria Santos Chagas, em janeiro de 2017, o veículo ficou preso, sob a edificação.

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