O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, disse nesta terça-feira que as forças militares do país e seus aliados precisam de mais inteligência e ação para conter os avanços do grupo extremista Estado Islâmico. “Eles são uma organização transnacional. Precisamos do apoio do mundo, a inteligência do mundo, e não estamos conseguindo”, afirmou.
O líder está em Paris, para reunião dos altos funcionários iraquianos com aliados internacionais, incluindo os Estados Unidos e a França, mas não a Rússia, o Irã ou a Síria. Ao chamar o Estado Islâmico de “organização transnacional”, ele refere-se à forte adesão de estrangeiros ao grupo. “No ano passado, 60% dos membros eram iraquianos. Agora a maioria é estrangeira”, alertou.
“Eles conseguiram reunir centenas de novos combatentes estrangeiros, bem treinados e bem armados”, disse a um pequeno grupo de jornalistas antes da reunião. A coalizão liderada pelos EUA já realizou mais de 4,1 mil ataques aéreos, mas ainda não conseguir o Estado Islâmico, que nos últimos dias tomou o controle de Ramadi, uma importante cidade do Iraque. “Precisamos de mais suporte no solo”, disse o primeiro-ministro.
Nenhuma mudança brusca na estratégia deve ser anunciada depois dessa reunião. Os aliados insistem que as alternativas são limitadas e que as forças iraquianas devem intensificar seus esforços. “As forças iraquianas simplesmente não mostram vontade de lutar”, disse no domingo o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter.
O primeiro-ministro discordou, dizendo que os soldados iraquianos parecem não saber o que fazer, o que sugere falta de inteligência da coalizão, crucial na perda da cidade de Ramadi. “As forças iraquianas estão preparados para lutar, mas se você não tem inteligência suficiente, como você pode reagir?”, questionou. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.