Desde o início deste ano, o Guarulhos Hoje, em diferentes editoriais publicados, defende que o guarulhense faça valer a força de seu voto e concentre esforços para eleger candidatos comprometidos com os interesses do município no próximo 3 de outubro. Os argumentos são óbvios e até podem parecer repetitivos. Porém, sempre é importante frisar o quanto Guarulhos perde por ter jogado seu voto fora em 2006, quando elegeu apenas um deputado estadual pela cidade e dois federais. Sebastião Almeida (PT) deixou a Assembleia Legislativa em 2008 quando concorreu à Prefeitura. Jorge Tadeu Mudalen, apesar de suas raízes em Guarulhos, não é novidade para ninguém, construiu uma base junto a igreja evangélica na Capital e deixou a cidade. Sobrou Janete Pietá no Congresso.
Por mais que eles trabalhassem pelo município, Guarulhos – com 780 mil eleitores aptos a votar neste ano – não pode se contentar com tão pouco. A falta de representatividade se traduz no dia a dia da população. Um exemplo evidente de como Guarulhos passa despercebida perante o Governo Federal. Campinas, a 3ª cidade do Estado e governada por um prefeito que não é do mesmo partido do presidente da República, recebeu 48% mais verbas da União neste primeiro semestre. Por que será que o importante e pujante município do interior, que lidera uma região metropolitana, consegue mais recursos públicos? Elementar. É melhor representada
Tanto isso é verdade que o próprio prefeito, na última quinta-feira, foi para lá em busca de recursos para a cidade. Quer trazer para cá dinheiro da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (o famoso PAC 2) mesmo que o 1 ainda não tenha sido finalizado e ainda tenha muito o que fazer por aqui. Houvesse no Congresso pessoas que arregaçassem as mangas em prol de Guarulhos, isso não seria necessário. A cidade seria reconhecida nos quatro cantos do País por seu potencial econômico e social.
Na verdade, Guarulhos – por aí afora – figura como uma cidade sem muito crédito. E isso se deve a dois fatores fundamentais. Por um lado, há uma classe política envolvida continuamente em uma série de escândalos. De outro, o eleitor que vota mal eleição após eleição, mantendo no poder políticos sem credibilidade ou mesmo com a ficha suja – que não seja no conceito da lei, mas em suas práticas diárias. Nesses momentos, é comum as pessoas se tornarem incrédulas em relação à política, considerando que todo político é igual, que nenhum deles merece seu voto ou mesmo indo buscar em outros recantos nomes que julguem ser – ao menos – honestos.
E é justamente neste momento que acontecem os maiores erros. O poder do voto é o maior que o cidadão tem. Por isso, precisa conhecer a vida pessoal de cada um daqueles que pedem para serem seus representantes, seja na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional. Guarulhos tem sim condições de eleger diversos representantes que realmente se importem com o desenvolvimento do município, que primem por melhorar a vida da população e não a sua própria. Para se chegar à melhor escolha, é imperioso que se vislumbre os verdadeiros interesses de cada um, separando aqueles que fazem da vida pública uma profissão daqueles que têm o ofício como uma missão. Os eleitos não terem como objetivo resolver seus próprios problemas, mas apresentar resultados concretos para as pessoas que representam.