Quando Sucession estreou em 2018, no ano de hiato entre a penúltima e a última temporadas de <i>Game of Thrones</i>, ninguém estava esperando que ela seria a nova febre da HBO. Tanto que, na tentativa de fazer bombar a série sobre a família Roy, ela vinha colada em <i>Westworld</i>, essa sim a preferida para ocupar o lugar de Westeros nos corações dos fãs. Afinal, <i>Westworld</i> era cheia de mistérios, figurinos fantásticos e coisas estranhas acontecendo e era fértil para as teorias dos espectadores.
Mas quem estava prestando atenção percebeu logo que, de certa forma, <i>Succession</i> era mais parecida com <i>Game of Thrones</i> do que se poderia supor. Em seu centro, afinal, estava a disputa pelo poder, com gente disposta a esfaquear outros pela frente e pelas costas para conseguir o que queria. Em <i>Succession</i>, o bilionário Logan Roy (Brian Cox) está ficando velho e precisa escolher um sucessor. O aparentemente favorito é o seu segundo filho, Kendall (Jeremy Strong), que, no entanto, é preterido. Começa então uma guerra pelo trono (tum-dum-dass) que colocam na parada a sua irmã, Siobhan (Sarah Snook), o irmão, Roman (Kieran Culkin), e o genro, Tom (Matthew Macfadyen).
Não foram poucos, então, a dizer que Succession era Game of Thrones sem os dragões.
Pois parece que o jogo virou. Agora, <i>Succession</i> é o grande sucesso da HBO. E <i>A Casa do Dragão, ou House of the Dragon</i>, é "Succession, mas com dragões", segundo o próprio showrunner, Ryan Condal.
Afinal, <i>A Casa do Dragão</i> conta a história da disputa de poder na família Targaryen, conhecida pelos cabelos platinados e a habilidade de domar dragões. O rei Viserys I (Paddy Considine) não tem um herdeiro claro. Todos os seus filhos homens não vingaram. Sua única opção direta é a primogênita, a Princesa Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock na adolescência e Emma DArcy na idade adulta). Mas uma mulher nunca ocupou o Trono de Ferro de Westeros. Então o irmão do rei, o Príncipe Daemon (Matt Smith), é o favorito para governar. Só que seu comportamento violento, narcisista e errático faz com que o rei repense e ouse deixar Rhaenyra como sua herdeira.
O ator Steve Toussaint, que interpreta o Lorde Corlys Velaryon, apontou outra diferença em entrevista com a participação do <b>Estadão</b>. "Em Succession, eles tentam arruinar uns aos outros financeiramente, enquanto, aqui, nós simplesmente cortamos as cabeças uns dos outros".
A verdade é que tanto <i>Succession</i> quanto <i>A Casa do Dragão</i> bebem em fontes shakespearianas, especialmente Rei Lear, que também trata de sucessão. "Sempre dizem que há apenas sete tipos de histórias para contar", afirmou Condal em entrevista com a participação do Estadão. "Eu acho que o fundamental é popular o mundo que você cria com personagens interessantes e específicos, cada um com seus desejos, necessidades, ambições, amores e ódios, neste universo incrível criado por George R.R. Martin, deixando que essas pessoas interajam de maneiras que pareçam novas e originais."
A <i>Casa do Dragão</i> estreia neste domingo, 21, na HBO e HBO Max.
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