O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a união entre governo federal e os Estados, em discurso em Rondonópolis, em Mato Grosso, nesta sexta-feira, 3. Em referência ao governador do Estado, Mauro Mendes (União Brasil), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele disse não querer saber qual o partido dos governadores ou se recebeu apoio na corrida presidencial, "quero saber se está eleito".
"Eu não quero saber o partido do governador. Se o Zé do Pátio, prefeito de Rondonópolis, fosse da oposição, eu também viria aqui. Estou preocupado em trabalhar junto com prefeitos e governadores, para que o país possa voltar a crescer e o povo possa voltar a trabalhar", disse Lula, em evento de entrega 1.440 residências do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). "A disputa eleitoral acabou exatamente no dia 2 de outubro."
De acordo com Lula, a democracia exige a convivência e o trabalho, mesmo com adversários, há de ser feito em prol do povo do Estado e da cidade. O presidente remonta reuniões realizadas no início do governo com chefes estaduais para estreitar a relação. "Deixamos de ser o país da alegria, do crescimento, para ser o país da mentira e do ódio. Vocês viram o que aconteceu em Sinop, onde um cidadão perdeu uma partida de sinuca e decidiu matar 7 pessoas. Eu tenho o compromisso de restabelecer a fraternidade no Brasil."
Ao reforçar a promessa de campanha de conversar com cada governador e prefeito, "pessoas que gostam de mim ou não", Lula disse não estar propondo casamento. "Estou propondo governar, a gente tratar o povo com respeito", declarou.
O governador de Mato Grosso discursou minutos antes do presidente. Ao ser citado pelo prefeito da cidade de Rondonópolis, José Carlos Junqueira de Araújo, no início da cerimônia, Mendes foi vaiado. Em fala, o governador reforçou união entre Estado e governo federal, disse que as eleições já acabaram e ser preciso unir o País em prol de um objetivo.
"Comecei muito vaiado por muita gente neste Estado, mas terminei com quase 70% de votação das urnas", disse o governador.
Segundo ele, é preciso respeitar a democracia.