Muita gente pode não gostar do que escrevo aqui. Mas também não suporto tanta coisa que ando vendo ultimamente por aí, principalmente com a febre das redes sociais. Aliás, as duas que acompanho e participo – Twitter e Facebook – reservam momentos bastante interessantes, mas às vezes rídiculos. Para isso, felizmente, existe há opção de bloquear certos “amigos” indesejáveis.
No caso do Twitter, que aderi primeiro, demorou um pouco para conseguir separar o joio do trigo. No começo, seguia pessoas sem conteúdo algum, que não acrescentavam nada em minha vida. Afinal – sem exageros – para que serviria eu saber que meu interlocutor tinha acabado de sair do banheiro? Sim. Tinha gente – deve ter ainda – que tuitava casa passo. Passava do rídiculo. Block neles.
No Facebook, não é muito diferente. A rede, da qual não me desligo porque – apesar de todos malas de plantão – coloca a gente ligado no mundo e traz de volta gente que parecia estar em outro mundo, mas continua real, virou um parlatório em tempo real. Há manifestações políticas, sociais e pessoais. Talvez a última seja aquela que cause mais irritação em quem não tem nada a ver com quem está distante de certos pensamentos.
Há postagens de todos os tipos. Desde aquela alma pecadora, mas crente em Deus, que vai ao Face toda vez que sai da linha e fica se desculpando (e olha que a reincidência é brava!) até os bem educados, que falam bom dia, boa tarde e boa noite, umas 30 vezes em menos de 24 horas.
Tem aqueles que dispensaram o analista e usam o Face como um divã virtual. Ali expressam o estado de espírito, suas frustrações, indignações e momentos felizes. Do outro lado, milhões de psiquiatras e psicólogas buscam interpretar essas colocações com comentários impagáveis.
Mas se é tão ruim assim, porque continuar nessa rede? Masoquismo? De jeito nenhum. Apesar dos inconvenientes, ainda uma maioria, vale a pena sim estar – para uma pessoa como eu, permanentemente ligada – receber esse mar de informações. Serve para tentarmos entender um pouco mais como funciona o tal do ser humano.
Aliás, longe de ser perfeito, sei que solto muitas coisas nada interessantes na rede. Talvez este texto seja um bom exemplo. Mas é o jogo. Se é assim, block em mim.
Ernesto Zanon
Jornalista, diretor de Redação do Grupo Mídia Guarulhos, escreve neste espaço na edição de sábado e domingo
No Twitter: @ZanonJr