O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 27, que pretende acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja alíquota já foi diminuída em 35% este ano. Ele participou de evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no período da tarde.
"A ideia é acabar com o IPI", disse Guedes, para quem o tributo é um "imposto contra a industrialização".
Durante a fala, ele defendeu ainda que o País tem um "manicômio tributário" e que a reforma tributária é uma agenda urgente. Para ele, é essencial reduzir os impostos sobre empresas.
<b>Salário mínimo</b>
O ministro da Economia iniciou sua fala com empresários do setor de varejo associados à ACSP com o tema "fakenews", o mesmo com que iniciou na quarta-feira evento em Belo Horizonte, antes de falar dos feitos do governo.
"A imprensa que está aí fora, nos ajude a falar a verdade. Não precisa falar muito, não. Só um pouco", disse Guedes, emendando que o governo vai dar aumento real do salário mínimo. A mentira, de acordo com Guedes, rouba a paz do cidadão. "Quem roubou o Brasil, agora quer roubar votos", comentou o ministro.
Guedes pediu ainda que a mídia pergunte aos economistas da campanha do ex-presidente Lula se eles vão acabar com o Auxílio Brasil. "Está do documento dos economistas do Lula, Bernard Appy e Pérsio Arida, se eles vão mesmo cobrar dos informais, trabalhadores autônomos e microempreendedor individual uma taxação", disse.
<b>Teto de gastos</b>
O ministro da Economia votou a criticar e a desqualificar a capacidade do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, um dos autores do teto de gastos. Guedes disse que sua gestão só furou o teto porque ele foi mal construído por Meirelles. "Respeitamos o espírito do teto. O governo vai sair gastando menos do que quando entrou", comentou.
<b>Cessão onerosa</b>
De acordo com o ministro, o governo petista copiou o modelo errado francês de partilha dos recursos advindo do petróleo e que o atual governo adotou o sistema de cessão onerosa. "Fizemos a cessão onerosa, demos dinheiro aos Estados e municípios e eles vêm falar que furamos o teto. Quando queremos reduzir o tamanho do Estado eles vêm falar que furamos o teto", disse Guedes ao se referir às falas de Meirelles, que segundo ele, nem economista é.
<b>Comparação com outros países</b>
Guedes voltou a falar que o Brasil está bem e que tem gerado mais empregos que Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido juntos.
O ministro reiterou que o Brasil está dessincronizado de outros países. Ele se referiu, mais especificamente, ao descompasso econômico entre o Brasil e as economias dos países desenvolvidos.
A questão central, para Guedes, é que as economias desenvolvidas viveram um ciclo de crescimento de 40 anos que está agora chegando ao fim, enquanto a economia local está iniciando seu ciclo de crescimento.
Neste contexto, Guedes aproveitou para comemorar as medidas econômicas adotadas pela equipe econômica mesmo em meio à pandemia, como o início, por exemplo, do aperto monetário antes de todo mundo e que está, segundo ele, levando à redução da inflação.
O ministro voltou a dizer que todo mundo quer ajudar o Brasil para ser ajudado pelo Brasil. Ele fez esta afirmação ao se referir ao processo de entrada do País à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e às exigências que o órgão faz aos proponentes especialmente na questão de clima, meio ambiente e reformas.
Guedes disse, inclusive, que nesta quinta mesmo recebeu mensagens do secretário-geral Mathias Cormann tratando de assuntos relacionados ao processo.
De acordo com Guedes, a OCDE e o mundo sabem da potência que é o Brasil na questão da preservação do meio ambiente, energia limpa, como o hidrogênio verde. "Todo mundo quer ajudar o Brasil para ser ajudado pelo Brasil", disse Guedes, para quem o Brasil a ser um fator crítico de segurança energética no mundo.
<b>Fundo de Erradicação da Pobreza</b>
O ministro da Economia votou a falar sobre a criação de um Fundo de Erradicação da Pobreza. Ele já havia falado sobre o fundo pela manhã desta quinta-feira, em live organizada pela Suno Research. Tanto no evento da manhã quanto no da tarde, não poupou críticas ao ex-ministro Henrique Meirelles e aos demais economistas que declararam voto e ajuda ao programa econômico de Lula.
"Pede a eles para mostrar o programa, peça a eles para dizer quem é o ministro deles", disse Guedes insistindo que no programa do PT está escrito que vão tributar os informais.
Ainda, de acordo com palavras de Guedes, economistas estão apoiando Lula porque erraram tanto que o setor privado não quer mais dar emprego a eles. O ministro disse que os economistas "erraram feio" quando diziam que o PIB não ia crescer e quando previram déficit. "Eu não sei se erram tanto porque são ruins mesmo ou se é porque estão fazendo política", disse.