Profissionais da saúde, entre eles os dentistas, vêm pesquisando e criando tratamentos e instrumentos para solucionar ou ao menos minimizar os problemas na hora de dormir. Entre eles está o ronco que atinge 19% das mulheres e 30% dos homens.
O que muita gente não sabe é que o ronco se trata da tradução sonora que indica diminuição ou estreitamento da via aérea durante a passagem do ar. Geralmente ocorre por causa da vibração das paredes dos músculos da garganta durante o sono.
Profissionais da odontologia vêm se especializando no que tange a criação de aparelhos para auxiliar no controle do ronco. A introdução de aparelhos orais nesses casos tem apresentado resultados satisfatórios. São peças ortodônticas/ortopédicas que ajudam a desobstruir e aumentar a passagem do ar pela garganta, já que posicionam a mandíbula para frente.
Ao manter a mandíbula nesta posição, os tecidos da garganta se esticam e a musculatura da faringe se torna mais firme, o que evita a ressonância. É importante ressaltar, no entanto, que o uso do aparelho é paliativo, assim sendo não cura o ronco, apenas soluciona o problema durante o uso. Há, inclusive, algumas limitações.
Pacientes com próteses removíveis ou dentaduras podem ter dificuldade em manter o aparelho na boca, sendo necessária uma avaliação antes da indicação de seu uso. Já quem tem prótese total inferior [dentadura] não tem possibilidade de usar, já que não há como manter o aparelho fixo, ou seja, para utilizar o aparelho é preciso antes fazerem os implantes para fixação da prótese.
Pacientes obesos ou com apneia acentuada precisam de outro tipo de tratamento; neste caso o aparelho bucal atuaria mais como coadjuvante. Já em casos de problemas nas articulações (disfunção de ATM) o aparelho não é indicado, pois agravaria a situação.
Jorge Iarossi é cirurgião dentista e diretor da Iarossi Saúde Odontológica e da Odontologia Personnalité, ambas em Guarulhos, na Grande São Paulo.