Cidades

A paixão e a razão

As divulgações de pesquisas eleitorais para prefeito de Guarulhos causam diferentes reações no meio político. Neste momento de pré-campanha, tudo funciona como torcida de futebol, quando a paixão prevalece sobre a razão. Quem aparece na frente começa a cantar vitória antes do tempo. Mais ou menos como o torcedor palmeirense hoje, que lidera o Brasileirão com pequena diferença sobre o arquirrival Corinthians. Mas muitos se esquecem que o campeonato mal começou. O São Paulo, mais de 10 pontos atrás, ainda pode ser o campeão. 
 
 
 
Estratégias
 
Estar à frente sempre é bom. Melhor o time disputar as primeiras posições, estar entre os líderes do que estar na incômoda zona do rebaixamento. Assim, o momento é de análise. Alguns podem pensar em trocar de técnico, outros em fazer novas contratações, enquanto alguns acreditam na velha máxima que aponta: “em que time que está ganhando não se mexe”.  
 
 
 
Diferentes interpretações
 
Porém, diferente do Campeonato Brasileiro onde as regras são claras, a divulgação das pesquisas eleitorais nem sempre funcionam assim. Os números chegam a variar de uma para a outro com uma frequência fora do comum, a ponto de muita gente acreditar que algumas podem atender aos interesses de um ou de outro time. Há pré-candidatos que preferem trabalhar na surdina. Contratam institutos para o consumo interno, já que não é hora para se debruçar sobre números absolutos. Vale muito mais questões subjetivas que apontam tendências a fim de afinar discursos e melhor se preparar para o embate propriamente dito.
 
 
 
Instrumentos de campanha
 
Neste sentido, as reações entre os pré-candidatos diante dos números divulgados a partir de pesquisas registradas são diversas. Há aqueles que acreditam piamente nos índices apresentados. Outros, por saberem melhor o que há em jogo e por contarem com levantamento próprios mais confiáveis, dão de ombro a essas publicações. Lógico que há o risco destas pesquisas servirem como instrumentos de campanha, no sentido de induzir o eleitorado a acreditar que são verdadeiras.
 
 
 
Efeito Russomanno
 
Uma coisa todos concordam. Quem aparece na frente torna-se o alvo preferido de todos os adversários. Desta forma, o líder deve atrair para si uma saraivada de ataques, muitos fundamentados por levantamentos profissionais que vasculham suas vidas pessoais e de seus familiares próximos. Pior quando o telhado é de vidro. Neste caso, o alvo fica fácil. Nunca é demais lembrar que, nas últimas eleições para a Prefeitura de São Paulo, o atual deputado Celso Russomanno (PRB) liderou a corrida desde a primeira pesquisa até a última. Não chegou nem no segundo turno.   
 
 
 

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