O líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE), começou nesta terça-feira, 21, a consultar líderes de partidos da base aliada para saber se concordam com a permanência do ministro Antonio Imbassahy (PSDB-BA) na Secretaria de Governo até dezembro. A consulta está sendo feita pelo parlamentar a pedido do Palácio do Planalto.
O PMDB e os maiores partidos do Centrão, entre eles, PP, PSD e PR, pressionam o presidente Michel Temer para trocar Imbassahy. A reclamação é de que um tucano não pode continuar na articulação política do governo, diante das ameaças do PSDB de desembarcar do governo e após a maioria dos deputados da sigla votar pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente na Câmara.
Temer, porém, resiste a tirar Imbassahy, de quem se tornou amigo pessoal. Segundo fontes envolvidas nas negociações da reforma ministerial, o próprio ministro pediu para permanecer no cargo pelo menos até 9 de dezembro, quando está marcada a convenção nacional do PSDB. Na ocasião, o partido deve decidir se desembarca ou não oficialmente do governo Temer.
O PMDB quer emplacar um nome ligado ao partido para substituir Imbassahy no ministério. A bancada do partido na Câmara, por exemplo, sugeriu a Temer os nomes dos deputados Carlos Marun (MS), Saraiva Felipe (MG) e Mauro Lopes (MG). Já o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), que é do PMDB, defende o nome do ex-deputado João Henrique Sousa (PMDB-PI), atual presidente do Conselho do SESI.
Temer decidiu fazer uma minirreforma ministerial após o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) pedir demissão do Ministério das Cidades. O substituto dele será o deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO), cuja indicação tem aval do PMDB e de partidos do Centrão, além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O PSDB, porém, ainda comanda três pastas: além da Secretaria de Governo, Relações Exteriores e Direitos Humanos.
O presidente espera que, com a reforma ministerial, o ambiente político melhore para aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Além disso, Temer também deu aval para o enxugamento da reforma que será votado diretamente no plenário da Câmara. A proposta deve ficar restrita à fixação de idade mínima para aposentadoria, com uma regra de transição de 30 anos, e a unificação dos regimes de Previdência do setor público e iniciativa privada.