O esfaqueamento de um professor de música, na noite da última terça-feira, quando ele tentava proteger seu patrimônio da esdrúxula ação de marginais que se travestem de grupos ideológicos, deve servir de alerta à sociedade. Não se pode mais aceitar passivamente que Guarulhos seja manchada todos os dias pelas tintas sujas desses pichadores, que não expressam nada mais do que o pouco ou quase nada que carregam em suas mentes. Que ninguém venha defender tratar-se de liberdade de expressão por grupo excluídos, que encontram nesses borrões uma forma de se manifestar. Isso é balela. As forças públicas – Polícia Militar e Guarda Civil Municipal – precisam agir com energia para inibir essas práticas que acontecem a partir do anoitecer e viram a madrugada. Esses adolescentes e jovens, se não tiveram a devida educação junto a suas famílias, precisam ser ressocializados imediatamente. Ao pichar o muro ou parede de um estabelecimento residencial ou comercial, eles praticam violência pura a troco de nada. Não há como dimensionar a quantidade de sujeira espalhada pela cidade, desde a igreja matriz, no coração do município, até os bairros residenciais mais longíquos do Centro. Mas dá para afirmar que Guarulhos envergonha seus moradores por tanta sujeira estampada nas fachadas de seus imóveis. Estudiosos da violência urbana apontam que é possível mensurar o grau de violência de um município pela quantidade de pichações, já que a prática passa uma conotação de cidade sem lei, onde a ordem pode ser transgredida sem que as autoridades consigam se impor. E é exatamente isso que acontece Eles sujam uma fachada que pode ser limpa quantas vezes o proprietário tiver paciência que no dia seguinte tudo está de volta. É uma espécie de demonstração de forças. O triste episódio de terça-feira à noite só confirma isso. O cidadão não tem direito de defender seu patrimônio. Está completamente desprotegido. Se tenta fazer justiça com as próprias mãos, leva a pior, já que encontra-se sozinho. Houvesse uma ação efetiva dos poderes públicos, com punições exemplares a esses desocupados, a situação poderia sim ser outra. Pais desses delinquentes também deveriam ser responsabilidados, penalizados por não saberem dar o mínimo de educação às suas crias. Mas nada disso acontece. Infelizmente, o professor de música carregará consigo as marcas da violência por muito tempo. Dificilmente alguém se dignará a proteger os grafites estampados em seus muros, aliás, desenhos bem feitos, que – claramente – tinham o objetivo de chamar a atenção para a arte oferecida naquele estabelecimento em forma de música. Enquanto a sociedade não exigir uma ação efetiva de suas autoridades, infelizmente, terá que assistir passivamente o triunfo dessa marginalidade perante gente do bem.