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A polêmica do Galo grafitado do Recife

Um dos maiores símbolos do carnaval de Pernambuco, a escultura gigante que simboliza o Galo da Madrugada – personagem principal de um dos mais famosos blocos carnavalescos do País – acabou se transformando em alvo de uma polêmica na folia de Momo deste ano. Insatisfeito com o projeto determinado pela prefeitura do Recife para a decoração da alegoria, o artista plástico Sávio Araújo, que esteve à frente da confecção e da montagem da estrutura nos últimos sete anos, recusou-se a participar da edição de 2017.

A administração propôs a confecção de uma escultura completamente cinza, que posteriormente ganharia cores, a partir da intervenção de grafiteiros. Em substituição a Sávio, a prefeitura contratou o jornalista e apresentador de TV Flávio Barra, que coordena um projeto na área de grafite há alguns anos na capital pernambucana.

A decisão foi criticada por profissionais e entidades que atuam com o grafite na região metropolitana do Recife, que reclamam da falta de diálogo por parte da prefeitura e afirmam que Barra não tem representatividade para a cena local. Em nota, o coletivo de grafite recifense 33 Crew, um dos mais antigos da cidade, fez críticas ao Executivo municipal. “A escolha da prefeitura, obviamente, pode ser bem recebida pela maior parte do público folião, que, infelizmente, desconhece uma cena composta por grafiteiros de todas as regiões de Pernambuco, que resistem em meio à falta de incentivo e valorização”, diz.

Em meio à polêmica os recifenses se dividem. “Gostei da ideia de usar o grafite e acho que esse artista plástico não aceitou porque é orgulhoso”, comentou o bancário Lauro Tadeu, de 32 anos. Já a aposentada Hilda Farias, de 66, desaprovou a ideia do galo grafitado. “Não acho que essa ideia de sair grafitando o coitado vai dar certo. Sou do tempo e da opinião de que não se mexe em time que está ganhando e ponto final”, concluiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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