Opinião

A privatização em tempos de Dilma

A privatização dos aeroportos de Guarulhos, de Campinas e de Brasília, nesta segunda-feira, talvez seja a primeira e mais importante ação efetiva do governo de Dilma Rousseff (PT) nestes 13 meses de mandato. Além de arrecadar quase R$ 25 bilhões aos cofres públicos, dá a chance da iniciativa privada resolver um nó na área de infraestrutura aeroportuária, em que – definitivamente – a administração federal se mostrou incompetente. É uma daquelas medidas que vêm tarde mas que finalmente foram adotadas.


Chama a atenção que a decisão pela privatização dos aeroportos só ocorreu porque o país percebeu que não iria cumprir sozinho com as necessidades de investimento em infraestrutura a tempo de receber a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Tanto é que o anúncio feito já no segundo semestre do ano passado só ocorreu depois que a Fifa cheogu a ameaçar de tirar os jogos do Brasil, caso o governo federal não mudasse de postura. Nunca é demais lembrar que o termo privatização sempre foi um dogma para os petistas, principalmente quando os atuais governantes estavam na oposição. Aliás, durante as campanhas eleitorais, tanto Dilma como o ex-presidente Lula sempre atacaram os adversários a quem chamavam de privatistas, de forma bastante pejorativa.


Porém, já que eles mudaram de ideia e para melhor, o Brasil só tem a ganhar. Basta verificar o conjunto de obras previstas para Guaurlhos nos próximos 18 meses, a partir da assinatura do contrato com o grupo vencedor do leilão. A concessionária deverá ampliar as pistas de táxi, além de construir um prédio principal com 100 mil m² de área. O estacionamento de aeronaves deve ser reformado.  O aeroporto deve ganhar novas vias de acesso ligando os meios-fios com as vias de saída da rodovia Helio Smidt. Deve ser feita uma extensão do local de embarque e desembarque de passageiros. O contrato prevê também novo estacionamento público de superfície, com 2.200 vagas.


Caso fosse esperar que o governo federal encabeçasse tais obras, com certeza, nada – ou muito pouco – sairia do papel. Apesar de ter claro que tudo isso consumirá pesados investimentos por parte da iniciativa privada, o grupo vencedor do leilão está mais do que está satisfeito, já que vislumbra conseguir – em curto e médio prazo – recuperar cada centavo colocado ali. Mais uma vez fica evidente que o caminho das privatizações não tem mais volta. Para o bem do Brasil.

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