Política

A propaganda é a alma do negócio

 

Certamente,
você já foi ao supermercado e pegou na prateleira um iogurte que nunca
tinha experimentado antes mas – mesmo assim – levou para casa,
frustrando-se logo em seguida, já que o sabor não era aquele esperado.
Ainda com o gosto amargo na boca, o arrependimento veio rapidamente e
você prometeu nunca mais deixar ser iludido pela bela propaganda exibida
na televisão, cheia de cores e adjetivos, que fazia aquele produto
parecer o suprassumo dos iogurtes.

É
mais ou menos essa a situação que vive o Brasil. Está cheio de gente se
deixando iludir pela propaganda – mentirosa – do governo federal, que
vende a presidente Dilma Rousseff, como uma grande gestora e
administradora. A cria de Lula bate recordes de popularidade, apesar de o
país voltar a viver uma grave crise econômica, que é empurrada de todas
as formas possíveis para baixo do tapete.

Infelizmente,
para o país, toda a sujeira, que inclui a volta da inflação, baixo
crescimento econômico, investimentos pífios em infraestrutura, começa a
tomar corpo e vazar para fora. Mesmo assim, a propaganda oficial – a
alma do negócio que se tornou o projeto de poder do PT – tenta passar a
impressão de que tudo está lindo e maravilhoso. Afinal, o Brasil é o
país da Copa.

Assim
como o consumidor só irá perceber que o iogurte da propaganda bonita
tem um gosto amargo, quase insuportável, depois de abri-lo, o eleitor – o
mesmo que hoje aclama a presidente, segundo algumas pesquisas de
opinião – logo irá perceber que foi iludido ao ver aquele comercial em
rede nacional, dando conta de que o preço do arroz e feijão iria baixar,
como em um passe de mágica. De novo, ele começa a entender que o
salário acaba antes do mês, fruto da inflação, que volta a passos
largos.

Dilma
demonstra, a cada declaração, que não passa de apenas um produto de
marketing, de gosto amargo. Nesta semana, ela teve a pachorra de dizer
que os desabrigados pelas chuvas são os maiores culpados pelos problemas
que enfrentam. A presidente não explicou, no entanto, porque apenas um
real dos três reais disponíveis para prevenção aos desastres naturais é
realmente aplicado. Dois reais desaparecem na inoperância de uma
administração vazia, sem conteúdo e despreocupada com a vida das
pessoas.

Em
vez de seguir o exemplo do novo papa Francisco, que demonstra sua opção
pelos mais necessitados, Dilma foi para Roma acompanhar a missa
inaugural do sumo pontífice envolta em glamour. Levou quatro ministros e
assessores, que precisaram de 52 quartos em hotel de luxo e 17 veículos
alugados. A diária da suíte presidencial custa cerca de R$ 7.700.

Tudo
isso era desnecessário, já que há uma residência oficial da Embaixada
do Brasil, instalada em um amplo palacete no centro histórico de Roma e
que costuma receber mandatários do país. Só que esse desperdício de
dinheiro do povo não é divulgado em cadeia nacional de rádio e TV. As
contra-indicações desse governo só aparecem na mídia em letras miúdas,
quase ilegíveis. Afinal, a propaganda é a alma do negócio.

 

*Carlos Roberto é deputado federal, presidente do PSDB Guarulhos e industrial

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