A um ano das eleições que irão escolher um novo presidente para o Brasil, além de governadores, deputados estaduais e federais, além de senadores, fica evidente que a receita petista para a perpetuação no poder desandou. Por mais que o ministério da propaganda, nas mãos do 40º ministro João Santana, cante de galo que Dilma Rousseff (PT) será reeleita em primeiro turno, a realidade no país mostra um cenário muito mais real que, infelizmente, descamba para o sacrifício da maior parte do povo brasileiro.
A ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, numa frase infeliz, publicada pela Revista Exame, foi clara: "Não ficamos em torno de uma mesa discutindo como ferrar o empresariado". O governo federal realmente não deve se reunir para planejar nada, mesmo porque – diante de tanta incompetência – se esse fosse o objetivo, eles não iriam atingi-lo. Sem qualquer projeto de governo, a economia segue ao "deus-dará", numa evidente demonstração que a grande gestora, como foi vendida por Lula sua candidata a presidente em 2010, não passa de mais uma falastrona no jogo petralha.
Não faltam exemplos de descaminhos. As concessões de aeroportos e rodovias federais não atraem interessados, já que são negócios que têm tudo para dar errado. Mais uma vez, o PT mostra que não sabe fazer, faz mal feito e gasta muito. Com isso, crescem os problemas de infraestrutura que impedem mais investimentos. Sem estradas para escoar a produção, todos são prejudicados.
As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a menina dos olhos do governo federal, seguem abandonadas Brasil afora, conforme recentes reportagens veiculadas na grande imprensa. Na área de saneamento, são diversas construções se deteriorando nos mais diferentes estados brasileiros. Dinheiro do povo jogado no lixo, por incompetência de gestão. No Nordeste, a tão necessária transposição do rio São Francisco, que aliviaria o sofrimento do povo, com programas de irrigação para minimizar os efeitos da seca na região, não passou de mais uma falácia, que só serviu para levar rio abaixo verbas públicas.
Assim, fica evidente que a incompetência administrativa da atual gestão está levando o Brasil à bancarrota. Os setores produtivos seguem sufocados diante de uma política que só defende os direitos sem perceber que há deveres. O modelo sindical, que o PT tenta imprimir ao país, há muito tempo está superado. Enquanto as políticas assistencialistas prevalecerem sobre a geração de oportunidades, não existirá outro caminho que não seja andar para trás.
Assim, Dilma e a companheirada, como expressou a ministra Gleisi, não precisam se reunir em torno de uma mesa para discutir formas "de ferrar o empresariado". A ânsia do poder pelo poder fala mais alto e por si só faz a receita desandar. É hora de trocar os ingredientes e começar um novo projeto para o Brasil, a fim de que todos possam usufruir e ter sua fatia na hora de repartir o desenvolvimento.
*Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial.