Não importa mais a época do ano, a especialidade ou o local de atendimento. A saúde no Brasil está lotada! Faltam médicos, especialistas e profissionais da área de saúde para atender a enorme demanda que procura os hospitais, postos de saúde, clínicas e consultórios médicos.
Agendar consultas no sistema público ou privado exige paciência, pois todos estão com suas agendas cheias. Em diversas especialidades, mesmo com a legislação definindo prazos máximos obrigatórios para atendimentos, é difícil encontrar até “encaixes”.
Em Guarulhos, inexistem cursos de medicina! Nossos jovens que buscam carreiras na área de saúde vão estudar em outras cidades em busca das faculdades de medicina. Infelizmente são raros os que retornam depois de formados, pois acabam por conhecer a qualidade de vida no interior ou seus futuros cônjuges, levando-os para outras cidades.
A medicina é um segmento econômico onde as inovações tecnológicas ficam mais sofisticadas em benefício da vida dos pacientes, o que é ótimo. Porém isso eleva os custos e as novas tecnologias não substituem as anteriormente empregadas. Por exemplo, até hoje se usa o raio-x, mas também a ressonância magnética e o tomógrafo, para exames. É a cultura de aumentar a qualidade do diagnóstico, para diminuir o tempo que se gasta na consulta com cada paciente, o que favorece os médicos, mas encarece os planos de saúde.
Copiando o SUS, médicos e hospitais reclamam que recebem pouco dos planos de saúde pelo serviço prestado. Usuários por sua vez reclamam dos elevados valores cobrados pelos planos e a dificuldade de agendar as consultas. É comum ouvirmos relatos de casos de urgência onde burocraticamente não a devida intervenção foi autorizada pelo plano de saúde, restando ao usuário à via judicial.
A saída será reavaliar seriamente a política de saúde praticada no Brasil. O envelhecimento da população aumentará ainda mais a demanda pelos serviços de saúde, que hoje já estão precários. É preciso se preparar para ter uma população mais idosa, com saúde e feliz!
Wilson Lourenço
Vice-presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo
