Em recente visita a Guarulhos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deu uma notícia há muito esperada em nossa cidade. Garantiu que pretende, já no próximo ano, implantar o curso de Medicina no município. Sem dar muitos detalhes sobre a proposta, deixou claro que o Hospital Municipal dos Pimentas/Bonsucesso pode servir como um importante espaço para residência médica para estudantes de Medicina, o que – há tempos – pode ajudar a melhorar o atendimento à população. Ao mesmo tempo, a discussão sobre a implantação do curso de Medicinina em Guarulhos, vem a calhar no momento em que a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) rediscute os rumos que o campus local deve tomar nos próximos anos.
Os fatos recentes que incluem greve de alunos e professores demonstram que houve um grande erro de planejamento na implantação da Unifesp de Guarulhos, já que os cursos escolhidos para a cidade não eram os mais indicados. Longe de querer que a cidade perca sua universidade federal, a chegada de uma faculdade de medicina, que poderia vir a fazer parte desta instituição, já que está localizada nas proximidades do Hospital Pimentas, iria unir o útil ao agradável. A Unifesp não sairia de Guarulhos e ainda contribuiria de fato para o desenvolvimento da cidade, numa das áreas mais problemáticas que é a saúde pública.
Porém, que ninguém pense que a instalação de uma universidade pública de Medicina seja um divisor de águas para resolver os problemas de falta de médicas na rede municipal. A escola vai sim ajudar a criar no município um ambiente propício ao desenvolimento das habilidades médicas com a presença de estudantes, que poderão dar sua dose de contribuição no atendimento à população. Mas, paralelamente, precisa que a administração promova uma política de saúde que faça com que os profissionais formados permaneçam em Guarulhos e se disponham a atender a rede pública.
Ou seja, a boa vontade demonstrada pelo ministro Alexandre Padilha não pode parar apenas no anúncio da implantação da faculdade. Precisa mais. Guarulhos deve fazer valer sua importância econômica no sentido de ter o curso mas com a contrapartida de uma política de saúde voltada à população, sobretudo a mais carente, que mais sofre com as falhas no atendimento público.
