O Sindicado dos Condutores (Sincoverg) prometeu greve de motoristas e cobradores a partir de zero hora desta sexta-feira, 10/05, em Guarulhos. Na manhã desta quinta, passageiros ouvidos pelo GuarulhosWeb demonstraram apreensão com a situação. “Não sei o que vou fazer amanhã. Não tenho dinheiro para pegar táxi ou Uber e meu patrão não vai pagar”, disse a diarista Madalena Bruno, em um ponto de ônibus do Jardim Paulista.
O auxiliar de escritório Wesley Freitas contará com o esforço de parentes para não perder uma prova na faculdade. “Meu tio vai ter que chegar mais tarde no serviço dele para me dar uma carona até a faculdade”, explicou.
“Quem se prejudica é a população, pois sem ônibus os aplicativos vão cobrar mais caro naquela tarifa dinâmica”, apontou outro passageiro, que não quis se identificar.
Em negociação de campanha salarial, o sindicato – presidido pelo vereador do PT Maurício Brinquinho – decidiu pela greve no fim da tarde de segunda-feira, 6, quando realizou assembleia em frente à sede, na Vila Progresso, deixando passageiros sem ônibus no horário de pico. Em carta aberta divulgada na mesma noite, o Sincoverg chama de indecente a proposta feita pelas empresas de ônibus, mas não apresenta os números da negociação.
A greve pode afetar 66 linhas que servem 367 mil passageiros por dia. Procurado pelo GuarulhosWeb, o Guaruset (sindicato patronal) também não fala em números, mas lamenta a decisão do Sincoverg.
A Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana anunciou um plano emergencial. De acordo com a Prefeitura, as empresas terão de colocar nas ruas pelo menos 40% da frota para prestar o serviço à população. Além disso, será deflagrado o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), no qual veículos de permissionários (microônibus), que prestam serviço dos bairros até os terminais de ônibus, irão estender o percurso para as principais avenidas e à região central da cidade, que normalmente são atendidas pelas concessionárias.