Opinião

A visita do cara ao Brasil

A agenda política brasileira nesta semana passa necessariamente pela visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao país no final desta semana. Depois de recebido pela presidente Dilma Roussef, em Brasília, o “cara” – como Obama ficou conhecido durante a campanha eleitoral em seu país – vai para o Rio de Janeiro, cumprir uma agenda bastante popular.


Além de um discurso aberto ao público em plena Cinelândia, no centro da capital carioca, estão previstas visitas a uma ou duas favelas. Tudo cercado de um fortíssimo esquema de segurança, até para demonstrar ao mundo de que os recentes episódios de guerra, deflagrados de forma mais consistente no Complexo do Alemão, já fazem parte do passado.


Porém, que ninguém pense que Obama vem ao Brasil de graça. Com um discurso de conciliação, ele quer ganhar o apoio do “gigante do Sul”, como se apresenta o Brasil ao Mundo, para a sua esfera de influência. O objetivo dos EUA é reforçar sua disputa global com China e União Europeia. No plano interno, uma aproximação comercial com o Brasil pode dar uma sobrevida ao país em crise.


Nunca é demais lembrar que, no cenário internacional, o Brasil hoje é o pais com maior população, maior PIB, maior território e mais riquezas naturais da América Latina. E também vem sendo cada vez mais respeitado.


Porém, nem tudo serão flores na vista de Obama. Alguns movimentos populares e sindicatos, curiosamente ligados às origens do PT, não engolem a ideia dele discursar justamente na Cinelândia, cenário de manifestações populares nas últimas décadas, inclusive nos tempos da ditadura militar, quando bandeiras dos Estados Unidos eram queimadas pela esquerda brasileira. 


Lógico que o forte esquema de segurança e o engajamento da grande mídia não permitirão que qualquer ato de rebeldia apareça para o grande público. Assim, a passagem de Obama pelo Brasil servirá aos propósitos impostos pelos norte-americanos.

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