No início desta semana o abastecimento de água em 15 bairros da cidade foi interrompido devido à manutenção preventiva na Estação de Tratamento de Água (ETA) Cabuçu, realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). No entanto, esta não é a primeira vez que isso acontece. Segundo a autarquia neste primeiro semestre foram realizadas três interrupções no serviço devido a obras.
Além deste episódio, no início de abril o fornecimento de água foi interrompido em virtude de obra de interligação de adutora no trevo de Bonsucesso. No mesmo mês, uma manutenção emergencial em rede adutora também paralisou o serviço.
Contudo, não é somente a interrupção no abastecimento que tem incomodado os guarulhenses. Em diversos pontos da cidade, o problema é outro. "Muitas vezes pagamos caro e é para ter o ar que sai da torneira, porque água mesmo demora e muito. Além disso, quando a água chega até a nossa casa vem cheia de cloro, mesmo após termos sofrido com o rodízio imposto pelo Saae", afirmou a dona de casa, Alba Valéria Jacome, moradora do Jardim Paulista.
De acordo com o Saae, o problema é o grande consumo e a baixa demanda, uma vez em que os guarulhenses consomem cerca de 180 litros de água por dia, segundo o Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água (PSDA), divulgado pela autarquia. O que gera um consumo mensal na cidade de cerca de 6 milhões de metros cúbicos, alcançando 72 milhões de metros cúbicos por ano. Por causa disso, o déficit de água em Guarulhos é de cerca de 20%. Isso significa que um em cada cinco habitantes não teria água sem o rodízio realizado na cidade.
Além disso, nos últimos cinco anos, houve um grande crescimento do consumo do líquido. Em 2006, a cidade gastava 3.843 litros por segundo, número que subiu para 4.101 l/s em 2010 e 4.972 l/s no ano passado. (R.I.)