Economia

ABEEólica: manutenção das condições do BNDES alivia investidor em projeto eólico

A decisão do BNDES de priorizar as “fontes alternativas” de energia, mantendo as condições de financiamento para projetos eólicos, foi bem recebida pelo setor, que temia a piora da oferta. “Nada mudou e isso é muito bom”, disse a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum.

Ela lembrou que o BNDES é responsável atualmente por mais de 90% dos financiamentos a projetos eólicos e a sinalização de que o banco de fomento alteraria os critérios para os empréstimos havia deixado os investidores do setor apreensivos.

O banco manteve sua participação em projetos eólicos e outras fontes renováveis complementares, como biomassa, cogeração e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), em até 70%, sendo que o custo será 100% atrelado à TJLP. Elbia também salientou a manutenção do Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD) mínimo de 1,3 e o prazo de 15 anos dos empréstimos. “Isso para nós é muito importante, é uma notícia boa”, reiterou.

Ela também elogiou a iniciativa do BNDES de acabar com o empréstimo-ponte e em contrapartida agilizar as operações. “A primeira tranche dos empréstimos acabava saindo quando o empreendedor estava inaugurando o parque eólico e na prática ele precisava buscar os bancos privados, com juros de 20% ao ano”, disse.

Por outro lado, a potencial participação do BNDES nas emissões de debêntures de infraestrutura de geradoras eólicas, embora considerada bem-vinda, foi minimizada. Elbia lembrou que o setor já tem um histórico de sucesso em emissões de debêntures incentivadas, que foi interrompido este ano por conta do cenário macroeconômico negativo e a falta de liquidez decorrente. Segundo ela, a perspectiva de retomada dessas operações é positiva, mas beneficiada principalmente pela esperada melhora da condição macroeconômica.

O setor eólico aguarda pela realização do leilão de energia de reserva (LER), marcado para dezembro. A expectativa, reiterou a presidente da ABEEólica, é de que o leilão resulte na contratação de 2 gigawatts de potência instalada.

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