Abel Braga deixou o Internacional em fevereiro, logo após o fim do Campeonato Brasileiro. No entanto, mesmo não ocupando mais o cargo de treinador do time gaúcho, continua lamentando a perda do título da competição. Na noite de terça-feira, em entrevista à rádio Central, o técnico voltou a falar sobre um possível favorecimento ao Flamengo.
As reclamações são por conta da expulsão do lateral-direito Rodinei na derrota por 2 a 1 para o Flamengo, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, na 37.ª rodada, os dois gols anulados e um pênalti desmarcado depois da consulta ao VAR no empate por 0 a 0 com o Corinthians, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, na última rodada. Nesse caso, se ganhasse, o Internacional seria o campeão depois de 41 anos.
"A gente escuta tanta coisa, tanta bobagem, tanta besteira, vê tanta sacanagem. Eu te falo. Teve sacanagem nos dois últimos jogos do campeonato, sempre só para um lado, é complexo o negócio. Mas, fazer o quê, o que consta é quem foi campeão, quem chegou em primeiro, mas não era para ser bem assim não", disse Abel Braga, antes de prosseguir.
"Eles (Flamengo) até tiveram um futebol mais vistoso, mas nosso futebol era muito objetivo, operário e coletivo e a gente não tinha medo de ninguém. O time não ia engatar nove vitórias seguidas à toa. Mas tiraram da gente, fazer o quê, foi pena, um negócio meio inacreditável para muita gente", afirmou.
O Internacional terminou o Brasileirão em segundo lugar, com apenas um ponto de desvantagem (71 a 70) para o Flamengo, que conquistou o seu oitavo título nacional, sendo o segundo de forma consecutiva. A competição foi decidida na 38.ª e última rodada e, na ocasião, o clube rubro-negro perdeu para o São Paulo, mas viu o rival gaúcho empatar com o Corinthians e, pela combinação de resultados, garantiu o troféu.
O treinador também comentou sobre a proposta que teve do Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, depois de deixar o Internacional. Segundo ele, a situação estava praticamente fechada, mas acabou não se concretizando.
"Eu estava em casa e já estava tudo acertado para ir para o Al-Wahda, rival do Al-Jazira, onde trabalhei, em Abu Dabi. Já tinha fechado número e comissão técnica também, mas aí na hora colocaram um treinador holandês pagando 30 mil dólares (R$ 172 mil) por mês. Até comentei que 30 mil dólares era o bicho na época do Al Jazira. Mas futebol é assim, tudo muito rápido. Agora espero ficar em casa e ver jogos melhores", finalizou.