A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) afirmou que o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à continuidade da política da desoneração da folha de pagamentos significará em carga tributária extra de R$ 720 milhões por ano à indústria calçadista nacional. A entidade afirma, em nota, que poderá haver demissões.
"O impacto, imediato, é de uma perda de 20 mil empregos já no primeiro ano", diz Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados. "Taxar a geração de empregos vai de encontro à desejada política de reindustrialização do País."
Para a Abicalçados, a desoneração auxilia a manutenção do empregos na atividade, que já passa por dificuldades, especialmente diante da isenção de impostos de remessas internacionais das plataformas digitais.
"O que já estava complicado, deve piorar a partir do próximo ano se a medida não for revertida no Congresso Nacional", afirma Ferreira. "Estamos tomando os trabalhos para evitar que o pior aconteça."
Adotada desde 2011, a desoneração da folha permite a substituição da contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas que variam entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. No caso da indústria calçadista, a alíquota é de 1,5%.