A exportação de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados aumentou 49% no primeiro quadrimestre deste ano para 38,5 mil toneladas, na comparação com o volume vendido em igual período do ano passado. A indústria brasileira faturou 8% a mais com a comercialização externa dos produtos, somando US$ 50,2 milhões, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). Os segmentos de biscoitos, massas e pães são os principais consumidores do trigo nacional.
O crescimento das vendas foi puxado principalmente pela valorização acentuada do dólar ante o real, de cerca de 30% no período, que torna as exportações dos alimentos mais atraentes para os fabricantes brasileiros, avalia o presidente-executivo da Abimapi, Claudio Zanão. "Apesar do cenário de instabilidade, com atual situação econômica do país e a alta do preço da farinha, a desvalorização do real refletiu favoravelmente nas exportações dos produtos da cesta Abimapi", pontua Zanão.
De acordo com a entidade, a elevação da receita não acompanhou a alta do volume vendido em virtude do menor ticket médio e de baixo valor agregado dos produtos exportados – alternativa dos fabricantes para dar escala e competitividade às vendas. No período, os principais destinos da categoria foram Estados Unidos, Uruguai e Paraguai.
As medidas de isolamento social para controle do novo coronavírus, que resultaram no fechamento de restaurantes e exigiram mais refeições em casa, também contribuíram para o crescimento das vendas externas do setor, acrescenta o diretor da área de exportação da Associação, Rodrigo Iglesias. "Houve um crescimento significativo nos produtos que propiciam alimentação dentro do lar. Segmentos como massas, misturas para pães e bolos, pães de queijo congelados, pães de forma, se fortaleceram nesse período de crise", observa Iglesias.