Principal termômetro do investimento, o setor de bens de capital amarga perdas diante do fraco desempenho da economia e da perda de confiança do empresariado. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) já contabiliza três anos de encolhimento, mas acredita em uma reversão dessa tendência no ano que vem.
“O primeiro semestre de 2015 vai ser de ajustes. No segundo teremos um cenário de maior otimismo. E vamos colher os frutos em 2016”, prevê José Velloso Dias, presidente executivo da entidade.
A Abimaq estima que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) reduza sua participação de 17% do PIB em 2013 para 16% em 2014. O consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil já registra recuo de 16,1% de janeiro a setembro.
O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos registra uma perda também de 16%, mas seria ainda maior não fosse o aumento de 13,3% nas exportações. Se contabilizada só a produção para consumo interno, o faturamento teria recuado 30,7% no período.
A importação de bens de capital acumula queda de 7,3% até agosto, ante igual período de 2013. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), a compra de máquinas no exterior movimentou US$ 31,9 bilhões, US$ 2,5 bilhões a menos que nos oito meses de 2013. As quedas são consecutivas desde janeiro, chegando ao pior nível agora.
A maior importação de peças e acessórios em lugar de grandes máquinas sinaliza que hoje a opção da indústria é apenas manter o maquinário já existente, não para expandir a capacidade de suas fábricas. “A retração reflete a fraca situação econômica e a baixa atividade industrial. Infelizmente o País ainda vai amargar pelo menos oito meses de paralisia no ritmo dos negócios”, avalia o presidente da Abimei, Ennio Crispino.
Ele atribui a redução das importações de bens de capital ao fraco desempenho da economia e da atividade industrial, em especial de setores que compram equipamentos, como automotivo e óleo e gás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.