Cidades

Ação pede a diminuição da população carcerária no Brasil

Atualmente 622 mil pessoas estão presas no Brasil, o que proporciona a superlotação das penitenciárias do país. O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e a Rede de Justiça Criminal lançaram nesta semana uma petição que pede a implementação de quatro medidas para mudar a realidade caótica do sistema prisional brasileiro. A campanha se chama “Encarceramento Em Massa Não é Justiça”. 
 
Segundo os organizadores, um milhão de pessoas passaram pelo sistema prisional em 2014. A população carcerária feminina cresceu 503% de 2000 a 2014, 40% dos detentos deveriam estar em liberdade, mais da metade das pessoas presas tem até 29 anos, 62% dos presos são negros, 4 em cada 10 pessoas presas ainda não foram julgadas. 
 
Não há uma meta estipulada, porém até a tarde de quinta-feira (22), mais de 12 mil pessoas já haviam assinado a petição, que pede audiências de custódia sejam lei, garantia da liberação imediata das pessoas que já cumpriram pena, revisão das prisões superlotadas e o direito das mulheres gestantes e mães de filhos menores de 12 anos que tem direito a aguardar seu julgamento fora da prisão.
Na página da petição, o leitor pode conferir um vídeo em realidade virtual, que mostra a realidade dentro de uma cela superlotada, além de informações relevantes sobre o sistema prisional. 
 
Emerson Ferreira, morador de Embu das Artes, mas com forte ligação com Guarulhos, onde ficou preso por mais de três anos, na Penitenciária Adriano Marrey, se formou psicólogo em uma universidade da cidade, depois de ganhar uma oportunidade.
Ele é o personagem principal de um vídeo apresentado em realidade virtual. O material foi apresentado na PUC e no Conjunto Nacional, na avenida Paulista. As pessoas que passavam pelo local foram convidadas a utilizar óculos que transmitiam por alguns minutos a situação de detentos dentro de uma cela superlotada.
 
Em depoimentos as pessoas que passaram pela experiência contaram o quanto se sentiram desconfortáveis com a situação e puderam sentir por pouco tempo as dificuldades encontradas pelos detentos.
 
Emerson participou de algumas apresentações e pode conversar com as pessoas que assistiram o vídeo. “Foi surpreendente perceber como as pessoas precisam ter vivências para entendera situação e como essa tecnologia permite essa vivência muito próxima a realidade e sentir o que acontece dentro da muralha”.
 
O psicólogo contou ainda que foi difícil participar do projeto interpretando o que passou dentro de uma cela superlotada. “Reviver foi intenso, tive uma noção de onde eu saí. Aumentou mais a responsabilidade de perceber como eu consegui através de várias mãos transpor todas as limitações”. 
 
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