Assim como é grande o número de consumidores que escolhem a internet para realizarem suas compras, é expressivo também o número de empresas que utilizam-se do e-commerce para expandir os seus negócios. Neste segmento cheio de relatos de internautas que pagaram e não receberam seus produtos ou serviços, existem também casos como os do empresário Alberto Batista Junior, da Ateliê Musical , loja especializada na comercialização de acessórios para instrumentos musicais, que vendeu seu produto, enviou para o cliente e que corre o risco de não receber pela transação.
Segundo Junior, a Ateliê é o braço varejista da Deval Instrumentos Musicais, empresa associada à ACE-Guarulhos especializada em acessórios para instrumentos musicais, e que viu na internet a oportunidade de conquistar o consumidor varejista. Ele conta que realizou duas vendas para um mesmo comprador da cidade de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro – R$ 2.510 (em agosto de 2009) e de R$ 3.454 (em novembro de 2009), ambas utilizando cartão de crédito.
A mercadoria adquirida foi enviada, por meio de transportadora que acusou o recebimento do produto, inclusive com o depósito dos valores das compras realizado pela administradora de cartões de Redecard na conta da empresa. Para surpresa do empresário, em agosto deste ano ele recebeu duas correspondências da administração informando que o comprador não reconhecia a compra e que, portanto, os valores depositados seriam estornados. A partir daí, teve início o martírio do empresário.
"Liguei para o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Redecard, que me deixou esperando por minutos antes de ser atendido. Foi quando me informaram que o procedimento estava correto e que não tinham nada a fazer. Mesmo assim, foi sugerido que eu enviasse todos os comprovantes da transação via fax, providência prontamente atendida por mim. Na primeira tentativa, após 48 horas, informaram que estava ilegível. Na segunda tentativa, 48 horas depois, que faltavam documentos. E por fim, fiz o envio pela terceira vez", contou.
Alberto Batista Junior procurou o Departamento Jurídico da ACE e relatou a difícil situação. Junior contou também que pediu informações sobre o consumidor à Redecard, que se recusou a fornecer. Ainda assim, ele tentou em vão entrar em contato com o cliente por meio do telefone fornecido. "Existe o Código de Defesa do Consumidor, entretanto onde está o código do empreendedor. Não posso fazer nada, a administradora pode vir aqui e tirar o dinheiro do meu bolso", desabafou.
O empresário já decidiu: "Vou contratar um advogado. Mesmo sendo pequeno o valor do prejuízo, eu pretendo acionar a administradora na Justiça por danos morais", afirmou.
Para surpresa de Junior, a Redecard enviou no início de setembro uma carta informando a rescisão do contrato com o site Ateliê Musical.
Resposta – De acordo com a assessoria de imprensa da Redecard, todas as regras habituais para casos de transações não reconhecidas pelos portadores de cartões foram seguidas. A vista do perfil das operações do cliente, a Redecard optou por descredenciá-lo.