Economia

ACE – Cresce potencial do Brasil em vender pela internet

O Brasil já é o sétimo país com maior potencial de vendas pela internet,com potencial de chegar à quarta colocação em 2015, segundo a pesquisa T-Index, pesquisa realizada pelo centro de estudos Translated divulgada ontem. Atualmente, o Brasil é precedido por Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, mas dentro de três anos deve ficar atrás apenas de chineses, norte-americanos e japoneses. Segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, as vendas pela internet no País no último ano devem alcançar R$ 18,7 bilhões. Entre 2010 e 2011, o e-commerce brasileiro registrou crescimento de 26%.

Um outro estudo, a pesquisa anual Consumidores e Convergência, da KPMG International, mostra aumento no desejo pela adoção de novas tecnologias e modelos de negócios. O sócio da KPMG no Brasil para Tecnologia, Mídia e Telecomunicações, Manoel Fernandes, diz que o brasileiro ainda está "dois anos atrás" dos consumidores dos países mais desenvolvidos, mas segue na mesma direção. "A força das redes sociais está começando a ser um ambiente de negócios por aqui".

Para ele, há tendência até de consumidores que nunca compraram online de adotarem o e-commerce após usarem as redes sociais. "É questão de conforto, de achar que não perdem a privacidade informando dados pessoais como número do CPF, por exemplo".

O estudo aponta que o e-commerce de CDs, livros, DVDs e jogos de videogame já ultrapassam, muitas vezes, vendas feitas nas lojas físicas. Pelo levantamento, 76% dos consumidores das Américas são mais propensos a procurar lojas virtuais em vez das lojas físicas. Outros produtos que já ganharam a preferência do consumidor no continente são as passagens aéreas e os pacotes de viagens, em que, em média, 70% das compras são feitas online.

Mesmo com a boa recepção dos meios virtuais para compras, não dá para dizer que a segurança deixou de ser preocupação. Apesar da facilidade, a barreira mais significativa para as compras online é a privacidade dos dados. Segundo o estudo realizado com 9,6 mil consumidores em 31 países, incluindo o Brasil, o número de pessoas com essa preocupação cresceu de 75% para 90% de um ano para cá.

Problemas como o medo de que as encomendas não sejam entregues ou demorem ainda persistem. Para Fernandes, esses ainda são fatores de dificuldade para quem nunca comprou pela internet. "Tem resistência por parte deles. Mas aquela pessoa que comprou uma vez e não teve problema passa a não pensar mais nisso".

O representante da KPMG vê outro fator que deve impulsionar o aumento nas vendas online no Brasil: os smartphones. Mesmo não sendo possível quantificar o avanço no número de aparelhos, Fernandes não tem dúvida de que haverá crescimento neste ano. Como consequência, o comércio online será bastante atingido. "Quando o consumidor precisar comprar produtos que já conhece, fará pelo smartphone mesmo. Vai, entra e compra". Ele vê maior resistência, porém, na compra virtual de calçados e peças de vestuário. "Nesses casos, o consumidor ainda prefere experimentar antes", ressalta.

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