As ações da SABMiller chegaram a saltar 13%, na segunda-feira, 15, atingindo uma máxima histórica, depois que uma notícia do Wall Street Journal afirmou que a rival Anheuser-Busch InBev, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, está conversando com bancos para financiar uma possível oferta de aquisição de US$ 122 bilhões pela companhia.
Citando uma pessoa familiarizada com o tema, o jornal deixou claro que a AB InBev não está em discussões ativas com a SABMiller, acrescentando que a companhia aguarda conseguir o financiamento antes de partir para uma abordagem formal.
A AB InBev, líder mundial e fabricante da Budweiser e da Stella Artois, se recusou a comentar. No Brasil, a companhia controla a Ambev, maior empresa de bebidas da América Latina e responsável por quase 70% do mercado de cervejas brasileiro. A SABMiller, segunda maior cervejaria global e fabricante da Peroni e da Grolsch, não respondeu imediatamente os pedidos da reportagem.
A notícia veio à tona um dia após a holandesa Heineken afirmar que foi abordada pela SABMiller sobre uma potencial aquisição, mas que seu acionista controlador pretende manter a companhia independente.
A família fundadora possui pouco mais de 50% da Heineken por meio da Heineken Holding. Outros 12,5% são de propriedade da mexicana Femsa.
Diversos analistas viram a medida da SABMiller como uma tentativa de se esquivar de uma aquisição pela AB InBev, ou uma forma de a SABMiller forçar a rival a agir mais rapidamente. “Se os mecanismos ainda não estavam em movimento para outro grande acordo no setor, eles podem estar agora, já que a SABMiller pode ter lançado o desafio”, disseram analistas do Grupo Santander em nota.
Especulações sobre o desejo da AB InBev de adquirir a SABMiller têm circulado há anos no mercado, com as conversas se intensificando nos últimos meses e novamente na última semana.
Agressividade
Em sua última aquisição, em janeiro deste ano, a AB InBev, recomprou a Oriental Brewery por US$ 5,8 bilhões, empresa da qual havia se desfeito em 2009, logo após a formação do conglomerado AB InBev. A opção de recompra valia por cinco anos e venceria em julho. Em 2009, o grupo se desfez da empresa por US$ 1,8 bilhão.
A InBev nasceu em 2004 a partir da fusão da belga Interbrew com a brasileira AmBev. Dois anos depois, a empresa comprou a chinesa Fujian Sedrin, e, em 2007, a Lakeport, no Canadá. No ano seguinte, a Inbev se tornou a maior cervejaria do mundo, com a aquisição da americana Anheuser-Busch. Neste negócio, ela herdou 50% da mexicana Modelo – a outra metade foi comprada em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.