Internacional

Ações de genro de Trump são alvo de investigação do caso Rússia

A equipe do conselheiro especial Robert Mueller, responsável pelas investigações sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial americana do ano passado, está interrogando testemunhas sobre as interações de Jared Kushner com lideres estrangeiros durante a transição presidencial, incluindo sue envolvimento em uma disputa na Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro. Kushner é assessor sênior da Casa Branca e genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os investigadores questionaram testemunhas sobre o envolvimento de Kushner em uma controvérsia de uma resolução da ONU aprovada em 23 de dezembro, que condenou a construção de assentamentos de Israel em territórios em disputa com os palestinos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Funcionários israelenses solicitaram que o governo Trump interviesse para ajudar a bloquear a resolução. Em uma mensagem no Facebook no dia anterior à votação na ONU, Trump, que já tinha sido eleito, mas não tinha assumido o cargo, afirmou que a resolução colocava os israelenses em uma posição difícil e deveria ser vetada. O presidente conversou por telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al Sisi, cujo governo havia redigido um rascunho da resolução. O Egito pediu o adiamento da votação, mas a resolução foi aprovada no dia seguinte, com o governo de Barack Obama se recusando a bloqueá-la.

Funcionários israelenses disseram que, naquele momento, começaram a entrar em contato com lideranças da equipe de transição de Trump, como Kushner e o estrategista político Stephen Bannon, de acordo com as pessoas. As perguntas feitas pela equipe de Mueller a Kushner foram direcionadas pela Casa Branca ao advogado dele, Abbe Lowell, e a um outro advogado do governo americano.

A motivação para as perguntas feitas pela equipe de Mueller sobre a ONU não está clara. Os investigadores geralmente fazem uma série de perguntas e as consultas não indicam necessariamente suspeitas. Kushner figura em vários eventos os quais Mueller investiga, incluindo uma reunião, em junho de 2016, com uma advogada vinculada ao Kremlin na Trump Tower. Em declaração emitida em julho, Kushner afirmou que a reunião foi breve e uma “perda de tempo”.

A equipe de Mueller também questionaram testemunhas sobre o papel de Kushner na organização de reuniões ou comunicação com líderes estrangeiros durante a transição, disseram as pessoas relacionadas com o assunto. O cargo de Mueller dá a ele uma ampla diretiva para examinar quaisquer questões decorrentes da investigação do caso Rússia.

As perguntas da equipe de Mueller foram feitas enquanto os investigadores examinam Kushner pela omissão inicial de contatos estrangeiros em um formulário do governo exigido para obter uma autorização de segurança. Kushner atualizou mais tarde o formulário pelo menos três vezes para incluir o que ele disse que eram mais de 100 contatos espalhados em mais de 20 países. O genro de Trump afirmou que as omissões iniciais eram um “erro administrativo”. No início, seu advogado recusou um pedido do Comitê Judiciário do Senado para fornecer documentos envolvendo a apresentação do formulário e as atualizações subsequentes, dizendo que eles eram registros públicos confidenciais. Fonte: Dow Jones Newswires.

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