Opinião

Ações pouco efetivas e escândalos

Não é novidade para ninguém que a presidente Dilma Rousseff passou boa parte de seu primeiro ano de mandato administrando crises. Nos primeiros 12 meses, sete ministros deixaram o cargo, sendo que seis deles envolvidos em diferentes escândalos. Só não caiu o oitava, Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, porque os festejos e recesso de fim de ano serviram para acalmar os ânimos e tirar o ministro do foco das atenções.  Quando tudo indicava que ele era a bola da vez logo na volta do ano novo, explode novo escândalo, desta vez envolvendo o titular da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que – de forma descarada – privilegiou seu estado e base eleitoral (Pernambuco) com a maior parte dos recursos para o combate a desastres naturais.


Aliás, é justamente em relação às ações do governo federal na destinação de recursos a áreas atingidas por enchentes e deslizamentos de terras que estão, neste momento, as maiores críticas à adminsitração de Dilma. Por mais que 2011 tenha deixado marcas profundas em diferentes lugares do Brasil, como no Rio de Janeiro, pouco – ou praticamente – nada se fez de concreto. As chuvas que atingem novamente o Rio e com mais intensidade Minas Gerais expõem ainda mais essa fragilidade.


É triste constatar que o Brasil sofre com graves problemas de gestão, justamente porque o time da presidente – em vez de administrar – passa boa parte do tempo tentando justificar o injustificável. Os resultados desastrosos estouram nas mãos da população, geralmente bastante sacrificada pela inércia do governo.


Para piorar, com dois ministros pendurados – Pimentel e Bezerra – dá para supor que 2012 não será diferente. A não ser que a presidente Dilma, finalmente, se livre de nomes problemáticos na reforma ministerial, prometida para esse início de ano.


Teme-se, apenas, que ela não tenha as devidas condições políticas para garantir a governabilidade, com a maioria no Congresso, caso resolva fazer o que deve ser feito. Como os compromissos com os partidos aliados pesam muito, não será de se estranhar que ela siga trocando seis por meia dúzia, como fez nas sete mudanças de ministros até aqui. Perde o país.

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