O governo do Estado do Rio anunciou nesta sexta-feira os termos do acordo firmado com Flamengo e Fluminense, que criaram um consórcio para gerir provisoriamente o Maracanã. O acordo prevê repasses mínimos mensais de cerca de R$ 230 mil aos cofres estaduais. Os clubes também deverão arcar com todos os custos de manutenção do estádio, mas terão direito de ficar com as receitas oriundas de bilheterias e bares em dias de jogos.
O contrato tem validade de 180 dias, podendo ser prorrogado por igual período, o que deverá ocorrer, já que o Maracanã precisará passar por um novo processo de licitação que dificilmente irá se encerrar até o fim deste ano.
Segundo os termos do acordo, o consórcio formado por Flamengo e Fluminense vai pagar R$ 166.666,67 por mês ao Estado, montante que será revertido para a manutenção da área do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Júlio Delamare, que compõem o complexo Maracanã e que estão em situação quase de abandono. Além daquele valor, 10% da receita líquida obtida no tour do Maracanã, a visita guiada ao estádio, serão repassados aos cofres públicos, com obrigação de garantia de arrecadação mínima de R$ 64 mil por mês.
O contrato também prevê que o clube mandante deverá pagar R$ 90 mil de aluguel por jogo ao consórcio que está assumindo a gestão, mesmo que o jogo seja do próprio Flamengo ou do Fluminense. O mesmo valor será aplicado para outros clubes que queiram atuar no Maracanã. O aluguel, segundo o governo, é em média 25% menor do que aquele que era cobrado pelo antigo consórcio. E o faturamento com bilheterias e nos bares do estádio ficará todo com o clube mandante.
O anúncio de que Flamengo e Fluminense vão gerir o estádio de forma provisória foi feito na manhã desta sexta pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), em vídeo publicado numa rede social. “Tenho a grata satisfação de anunciar que, após um processo transparente, um processo ético, o Maracanã está sendo devolvido ao futebol carioca”, disse.
Witzel ressaltou que o prazo de 180 dias, prorrogáveis por igual período, se faz necessário para que seja conduzida uma nova licitação para conceder o Maracanã à iniciativa privada, em acordo que deverá durar 35 anos. O prazo será o mesmo estabelecido no processo de concessão vencido pelo Consórcio Maracanã em 2013 – e que foi rompido pelo governo estadual no mês passado.