Internacional

Acordo de Paz entre Israel e Hamas pode encerrar conflito em Gaza a partir desta quinta-feira

Após dois anos de intensos combates na Faixa de Gaza, Israel e o grupo Hamas anunciaram a assinatura da primeira fase de um acordo de paz, mediado pelos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia.

O pacto, revelado pelo presidente norte-americano Donald Trump, prevê medidas iniciais que podem levar ao fim da guerra, incluindo cessar-fogo, troca de reféns e prisioneiros, retirada parcial de tropas israelenses e entrada de ajuda humanitária no território palestino.

Principais pontos do acordo

  • Libertação de reféns: O Hamas se comprometeu a libertar os 48 reféns israelenses ainda mantidos em Gaza, vivos ou mortos. Estima-se que apenas 20 estejam vivos. A devolução dos corpos pode enfrentar dificuldades logísticas, segundo fontes israelenses.
  • Troca de prisioneiros: Em contrapartida, Israel deverá libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo nomes históricos como Marwan Barghouti e Ahmad Sa’adat, embora a libertação desses líderes ainda seja incerta.
  • Retirada de tropas: O plano prevê o recuo das forças israelenses para uma linha acordada, mas não estabelece prazo para retirada total. A presença militar continuará em parte do território, com o objetivo declarado de garantir a segurança de Israel.
  • Ajuda humanitária: A ONU apoiará a implementação do cessar-fogo e a entrada de suprimentos. Estima-se que 400 caminhões de ajuda possam entrar diariamente nos primeiros dias, embora esse número ainda não tenha sido oficialmente confirmado.

Repercussão internacional

Líderes mundiais reagiram com otimismo ao anúncio. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o acordo como “um avanço desesperadamente necessário” e defendeu sua plena implementação. O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer destacaram a importância de uma solução política baseada em dois Estados.

O presidente argentino Javier Milei anunciou que indicará Trump ao Prêmio Nobel da Paz, enquanto a União Europeia declarou estar pronta para ajudar na reconstrução de Gaza.

Desafios e próximos passos

Apesar do entusiasmo, pontos críticos permanecem indefinidos. O desarmamento do Hamas é uma exigência do plano, mas o grupo sinalizou que não abrirá mão de todas as armas. A administração futura de Gaza também está em aberto, com propostas que incluem supervisão internacional e liderança palestina desvinculada do Hamas.

A assinatura oficial do acordo está prevista para esta quinta-feira, e Trump pode visitar a região nos próximos dias. A expectativa é que a libertação dos reféns ocorra até segunda-feira (13), marcando um possível ponto de virada no conflito.