A uma semana do prazo final, o histórico acordo nuclear entre o Irã e seis potências nucleares (grupo formado por China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, também conhecido como P5+1) continua incerto. Diplomatas dizem que questões de extrema importância ainda não foram resolvidas.
Ainda não foram definidas questões como a capacidade de enriquecimento de urânio do Irã no futuro, a velocidade do alívio das sanções impostas ao país, o cronograma do acordo e questões relacionadas a pesquisas nucleares, o que significa que o Irã e o P5+1 enfrentam uma luta para chegar sequer ao esboço de um acordo até 24 de novembro, o prazo final. Com esse cenário, pode ser necessária uma segunda extensão das negociações.
Os encontros serão retomados nesta terça-feira em Viena. O secretário de Estado norte-americano, Jhon Kerry, deve se reunir com o ministro de Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, nos próximos dias, enquanto os dois lados verificam se um acordo pode ser alcançado a respeito das diferenças remanescentes, de caráter altamente sensível.
Autoridades ocidentais disseram nos últimos dias que, embora os meses de negociações tenham reduzido significativamente as diferenças, não está claro ainda se o grupo de negociadores iraniano tem espaço político para assumir mais compromissos a respeito de questões chave.
“Eu espero que eles sejam capazes de chegar a um acordo, mas ainda há questões importantes para resolver”, disse o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, na semana passada. “Não posso fazer previsões agora. Acho que somente no dia 24 seremos capazes de formar um juízo.”
Para o governo de Barack Obama, um acordo nuclear após 11 anos de discussões diplomáticas internacionais representaria um sinal de sucesso da polícia externa num período de agitação generalizada e de crescentes ameaças à segurança no Oriente Médio e em outras partes do mundo. Um acordo poderia ajudar na conquista de ajuda iraniana na luta contra o grupo Estado Islâmico e até mesmo ajudar a abrir um caminho para uma solução política para o conflito sírio.
No caso de Teerã, um acordo poderia eventualmente aliviar a maioria das sanções internacionais, promovendo um estímulo massivo na economia. Contudo, autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, estipularam limites nas possíveis concessões do programa nuclear que limitam as negociações. O Irã nega o desenvolvimento de armas atômicas e diz que seu programa nuclear tem objetivos puramente civis. Fonte: Dow Jones Newswires.