Cidades

Acordo para obter combustível envolveu prefeito, secretários, vereador e grevistas

Por volta do meio dia deste sábado, um posto de combustível, próximo à praça IV Centenário, na avenida Tiradentes, recebeu uma carreta carregada com 15 mil litros de óleo diesel e 10 mil litros de gasolina, em meio à crise em todo o país em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira passada. O caminhão seguido por uma escola de carros da Guarda Civil Municipal descarregou o combustível no local com um único objetivo: abastecer viaturas oficiais da Prefeitura que atuam em serviços emergenciais. 
 
O que parecia impossível começou a se tornar realidade quase 20 horas antes. O prefeito de Guarulhos, Guti (PSB), convocou uma reunião com mais de uma dezena de secretários municipais que atuam diretamente com o atendimento à população. Neste encontro realizado no Paço Municipal, ele decidiu decretar “estado de emergência” no município, o que iria garantir uma série de ações fundamentais para garantir o atendimento à população, além de criar um Grupo Emergencial de Trabalho. 
 
Um dos objetivos do grupo era buscar soluções para garantir o abastecimento de combustível para os veículos oficiais. Um posto de combustível no Centro, já sem combustível para fornecer a veículos oficiais, foi requisitado para servir aos interesses da administração. O passo seguinte seria conseguir retirar gasolina e diesel de uma distribuidora, localizada no Jardim Arapongas, região de Cumbica. Apesar de poder usar das forças de segurança para obter o combustível, Guti preferiu o diálogo com as lideranças dos caminhoneiros em greve, que – em barricadas – impedem a saída de veículos do local. 
 
Com o auxílio de secretários como Edmilson Americano (Serviços Públicos) e Gilvan Passos (Segurança Pública) e do superintendente do Saae, Francisco Carone, além do vereador Wesley Casaforte, Guti foi pessoalmente por volta de meia-noite até a frente da distribuidora para conversar com os grevistas. O diálogo ocorreu em frente a uma barraca usada como base dos tanqueiros. O representante do grupo, Pedro Martins Nogueira Junior, ouviu os argumentos do prefeito e aceitou liberar um caminhão com combustível, para ser utilizado em serviços essenciais, numa demonstração de que o grupo está sensível ao atendimento à população. 
 
Pedro Martins foi além. Em acordo com os demais grevistas, ele cedeu a carreta tanque para transportar o combustível de forma gratuita. Cabia então à administração negociar com a distribuidora a compra de gasolina e diesel, o que já vinha ocorrendo desde o início da noite. Acordo feito, a operação de transporte foi marcada para às 10h deste sábado, quando Guti retornou ao local, para iniciar a ação de transporte para o posto. 
 
Graças a toda essa operação, o posto no Centro foi abastecido e passou a fornecer combustível apenas para viaturas devidamente autorizadas pelo Grupo Emergencial de Trabalho. Segundo a Prefeitura, os serviços emergenciais estão garantidos por pelo menos sete dias, mesmo se a greve não chegar ao fim. 
 

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