O Índice Nacional de Confiança (INC), medido pela PiniOn para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), interrompeu seis altas consecutivas em dezembro, quando recuou 1,8% frente a novembro. Na comparação com o mesmo período de 2022, houve aumento de 1,9% no indicador.
A queda na margem – ou seja, de um mês para o outro – não é percebida como uma mudança de tendência, já que, aos 109 pontos na leitura de dezembro, o índice segue no campo otimista (acima de 100 pontos), permitindo uma perspectiva de crescimento de 1,9% das vendas do varejo este ano.
A avaliação é de que o resultado pode ser reflexo da desaceleração da economia, num contexto de alto endividamento das famílias e juros ainda elevados.
A sondagem nacional foi realizada com uma amostra de 1,75 mil famílias residentes em capitais e cidades do interior. Exceção ao Nordeste, onde houve estabilidade no índice, a pesquisa aponta redução na confiança do consumidor em quase todas as regiões do País. Também houve queda quase generalizada no recorte por classes socioeconômicas, com exceção das famílias das classes D e E.
Segundo o economista do Instituto Gastão Vidigal (IEGV/ACSP) Ulisses Ruiz de Gamboa, piorou, em geral, a percepção das famílias sobre a sua situação financeira atual e futura. Além disso, o economista vê menor segurança no emprego. A leve piora na confiança do consumidor, segundo a ACSP, levou a uma diminuição no número de pessoas dispostas a comprar bens de maior valor, desde carro e imóvel à geladeira e fogão.