O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse nesta quarta-feira, 26, que permanecerá no cargo até que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o demita. Mais cedo, Lula afirmou que o ministro deverá ser afastado caso o indiciamento da Polícia Federal (PF) por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva seja aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Eu sou ministro até quando ele (Lula) quiser. O cargo de ministro é de presidente. Até o dia que ele quiser, eu vou cumprir a missão que ele me deu com muita honra, trabalhando pelo Brasil, fazendo o que eu estou fazendo com muita tranquilidade. Vou estar me defendendo. Isso aí eu estou muito tranquilo. E no dia que eu deixar de ser ministro vou voltar para o Congresso, ser deputado federal pelo Maranhão, que é pelo que eu fui eleito por quatro anos", disse ao jornal <i>O Globo</i>. A informação foi confirmada pelo <b>Estadão</b>.
A Polícia Federal já finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – caso revelado pelo <b>Estadão</b> em janeiro de 2023 – e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O próximo passo deve ser a apresentação, ou não, de uma denúncia.
Lula afirmou que, recentemente, teve um encontro com Juscelino no Maranhão e que o que teria de mudar de posição se "o procurador" indiciá-lo.
"Há um pedido de indiciamento da Polícia Federal. Há um pedido de indiciamento que tem que ser aceito pelo Alexandre de Moraes ou pelo procurador-geral da República. Não foi aceito por nenhum ainda. Não discutiu", afirmou Lula.
Questionado se haverá o afastamento em caso de aceitação do indiciamento, Lula respondeu: "Vai ser afastado. Ele sabe disso".